Díli, 23 ago (Lusa) - O
primeiro-ministro timorense disse hoje que o seu executivo está a trabalhar
para garantir estabilidade nas contas públicas e que espera que o Orçamento
Geral do Estado para 2018 seja aprovado no parlamento em meados de setembro.
"Estamos a esforçar-nos para
que tudo corra bem e o dinheiro saia a tempo. Para já não quero especular.
Estamos a cumprir a agenda e nos finais da primeira quinzena de setembro o
Orçamento estará pronto para ser enviado para o senhor Presidente", disse
hoje Taur Matan Ruak.
O chefe do Governo falava aos
jornalistas depois da sua reunião semanal com o Presidente, Francisco Guterres
Lu-Olo, com quem analisou, entre outros aspetos, o debate sobre o Orçamento
Geral do Estado para 2018, que decorre no parlamento.
"O debate na generalidade
começa no dia 27 de agosto", explicou Taur Matan Ruak.
Ruak respondeu assim quando
questionado pela Lusa sobre se o Estado terá dinheiro suficiente para o mês de
setembro, já que procedeu a um levantamento extraordinário de 140 milhões de
dólares para os meses de julho e agosto.
Recorde-se que Timor-Leste está a
viver em sistema de duodécimos desde 01 de janeiro e o VIII Governo teve que
solicitar ao parlamento um levantamento extraordinário de 140 milhões de
dólares (cerca de 121 milhões de euros) do Fundo Petrolífero para reforçar os
cofres do Estado, que estava no início de julho sem dinheiro.
A situação está a ter um grande
impacto na governação, com dívidas importantes a acumularem-se, incluindo no
importante setor do fornecimento de energia elétrica, com risco de um
'blackout' este mês devido à falta de diesel na principal central do país.
Fonte do Governo confirmou à Lusa
que o executivo pagou na última semana cerca de sete milhões de uma dívida de
"entre 25 e 30 milhões", permitindo à central continuar a funcionar.
"Para já não há
'blackout'", disse à Lusa Taur Matan Ruak.
"Quero pessoalmente
agradecer à empresa Eto, na pessoa de Nilton Gusmão, que fez um esforço grande
para assegurar o fornecimento de combustível" disse.
Questionado sobre a preocupação
de cidadãos e empresários com a situação do país, especialmente a nível da
economia, Matan Ruak mostrou-se otimista.
"O nosso esforço é
estabilizar e avançar com o Orçamento Geral de Estado de 2018. E logo a seguir
com o de 2019. É um esforço enorme para estabilizar e avançar", disse.
"O OGE de 2018 é para
estabilizar, pagar dívidas e compromissos e por a máquina a funcionar. O de
2019 é para investimentos também. Acho que estamos no bom caminho, apesar das
dificuldades", disse.
Taur Matan Ruak disse que
continua "em diálogo" com o Presidente sobre o impasse na tomada de
posse de nove membros do Governo, que foram indigitados, mas a quem o chefe de
Estado ainda não deu posse.
"O senhor presidente
continua a manter diálogo, o primeiro-ministro continua ao dispor do senhor
Presidente para resolver este problema", disse.
"A nossa posição continua a
ser de que não há argumentos políticos ou jurídicos para que haja substituição.
Se o senhor Presidente continuar a manter a sua posição, continuamos
disponíveis para dialogar e encontrar uma solução", sublinhou.
ASP // JMC
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