Primeiro-ministro australiano
Malcolm Turnbull anuncia abandono do cargo
Camberra, 24 ago (Lusa) - O
primeiro-ministro australiano Malcolm Turnbull anunciou hoje que vai deixar o
cargo de primeiro-ministro depois do que classificou como uma ação de
"insurreição" para o derrubar como chefe do Governo.
"Fiquei impressionado por
quantos dos meus colegas falaram ou votaram pela lealdade em vez de
deslealdade. Os dissidentes não foram recompensados e o meu sucessor, a quem
desejo o melhor, teve êxito", afirmou durante uma conferência de imprensa
em Camberra.
Turnbulll falava aos jornalistas
depois do Partido Liberal ter aprovado uma mudança na liderança do partido,
votando a favor da substituição de Turnbull por Scott Morrison, até aqui
ministro do Tesouro.
Scott Morrison foi eleito líder
do Partido Liberal australiano e, consequentemente, vai assumir funções como
primeiro-ministro, substituindo Turnbull que ocupava o cargo desde setembro de
2015, anunciou o partido.
Morrison será o 30.º
primeiro-ministro australiano (o quinto em apenas onze anos), confirmando a
instabilidade que tem marcado nos últimos anos os dois maiores partidos,
Trabalhistas e Liberais.
O atual ministro do Ambiente e
Energia, Josh Frydenberg, foi eleito número dois, com ampla maioria.
"Quero agradecer ao povo
australiano por tudo o que fizeram, dando-me a oportunidade de ser líder deste
grande país", disse Turnbull a conferência de imprensa em Camberra.
O ainda primeiro-ministro
agradeceu à sua número dois e atual ministra dos Negócios Estrangeiros, Julie
Bishop, pelo seu "grande trabalho e lealdade".
"Penso que as pessoas
ficaram chocadas com esta ação destrutiva deliberada. Havia diferenças, mas as
coisas podiam ter-se resolvido", afirmou.
Turnbull disse que continua
"otimista e positivo sobre o futuro" da Austrália.
"Como uma coligação de
Governo progressista fizemos importantes reformas e avanços. (...) Criámos
empregos e uma economia forte", salientou.
"Estou orgulhoso do que
fizemos em várias áreas", disse, destacando a legalização do casamento
homossexual e investimentos em infraestruturas, entre outras medidas, num
período de "grandes desafios".
ASP // JMC
Liberais escolhem Scott Morrison
para liderar Governo australiano
Camberra, 24 ago (Lusa) - Scott
Morrison foi hoje eleito líder do Partido Liberal australiano e,
consequentemente, vai assumir funções como primeiro-ministro, derrubando
Malcolm Turnbull que ocupava o cargo desde setembro de 2015, anunciou o
partido.
Morrison, que até aqui era
ministro do Tesouro, será o 30º primeiro-ministro australiano (o quinto em
apenas onze anos), confirmando a instabilidade que tem marcado nos últimos anos
os dois maiores partidos, Trabalhistas e Liberais.
Uma porta-voz do Partido Liberal
informou ainda que o atual ministro do Ambiente e Energia, Josh Frydenberg, foi
eleito número dois, com ampla maioria.
A decisão foi tomada pela
liderança parlamentar do Partido Liberal que, depois de uma semana de tensão
interna, votou hoje pela substituição de Malcolm Turnbull por Scott Morrison na
liderança do partido e, consequentemente, do Governo.
Numa primeira votação
apresentaram-se três candidatos: Dutton, Scott Morrison e Julie Bishop (até
então número dois do partido e ainda ministra dos Negócios estrangeiros), tendo
a chefe da diplomacia australiana sido a menos votada.
Na segunda ronda de votação,
Morrison obteve 45 votos e Dutton obteve 40 votos, numa grande derrota para
Dutton que, por duas vezes, tentou chegar à liderança e falhou.
A reunião dos 85 deputados e
senadores liberais confirmou numa primeira votação - 45 contra 40 votos - que
os cargos de líder e vice-líder do partido, e consequentemente do Governo,
deveriam ir a votação.
Essa primeira votação confirmou a
polarização dentro do partido, com um grupo significativo a pretender manter a
liderança de Turnbull, que sobreviveu a um primeiro desafio à sua liderança na terça-feira.
O primeiro-ministro tinha
anunciado na quinta-feira que se este primeiro voto fosse aprovado ele próprio
não se candidataria, colocando o seu lugar à disposição.
Fontes partidárias avançaram que
Turnbull pode mesmo demitir-se como deputado, deixando o partido liberal numa
situação complicada no parlamento onde tem uma maioria de um só lugar.
ASP // JMC
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