O presidente cessante do MPLA,
José Eduardo dos Santos, despediu-se hoje, em Luanda, das funções, assumindo
que cometeu erros ao longo dos quase 40 anos no poder em Angola, mas garantindo
que sai de "cabeça erguida".
"Não existe, naturalmente,
qualquer atividade humana isenta de erros e assumo que também os cometi, pois
só deste modo os podemos ultrapassar", disse o também ex-chefe de Estado
angolano (1979-2017), no discurso de abertura do sexto congresso extraordinário
do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), convocado para eleger João
Lourenço como novo líder do partido.
"Esta é a minha última
intervenção na qualidade de presidente do MPLA", começou por afirmar,
recordando que assumiu aquele cargo em 21 setembro de 1979, após a morte do
então presidente e chefe de Estado, António Agostinho Neto.
"É de cabeça erguida que
estou neste grande conclave do nosso partido", disse ainda, ao dirigir-se
aos mais de 2.000 delegados, ao mesmo tempo que se assumiu "pronto para
passar a liderança do partido ao próximo presidente", mas sem referir o
nome de João Lourenço, vice-presidente e chefe de Estado, que será eleito hoje
líder do MPLA.
"Deixo-vos o meu modesto
legado, para que continuem a trilhar os caminhos das nossas figuras",
afirmou, por entre vários momentos de palmas dos delegados.
PVJ/JSD // MSF | Lusa
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