Macau, China, 02 set (Lusa) -- A
importância da participação dos países africanos de língua portuguesa no Fórum
China-África "deve ser avaliada no contexto das relações bilaterais"
que estes mantêm com Pequim, disse à agência Lusa a secretária-geral adjunta do
Fórum de Macau.
Em causa, enuncia Glória Batalha,
está a participação de Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique e São Tomé
e Príncipe, os cinco países africanos entre o oito que fazem parte do Fórum de
Macau, uma plataforma de cooperação multilateral entre a China e os países de
língua portuguesa.
O Fórum de Macau foi criado em
outubro de 2003, por iniciativa do Governo chinês com o objetivo de impulsionar
e fomentar as relações comerciais e culturais entre a China e oito países de
língua portuguesa, procurando privilegiar Macau como plataforma entre estas
economias.
Em quase duas décadas, as
relações comerciais dos países de língua portuguesa com a China registaram um
aumento significativo, muito por culpa da ação do Fórum de Macau.
Se em 2002, antes do
estabelecimento do Fórum, o valor global das trocas comerciais era de cerca de
6.000 milhões de dólares (cerca de 5.100 milhões de euros), em 2017 foi de
117,6 mil milhões de dólares (cerca de 101 mil milhões de euros).
Já o investimento direto da China
nos países lusófonos passou de 56 milhões de dólares em 2003 (48,3 milhões de
euros), para cerca de 5.700 milhões de dólares em 2016 (4.900 milhões de
euros), sendo que o investimento total da China nestes países é de 50 mil
milhões de dólares (43,1 mil milhões de euros).
A terceira edição do Fórum de
Cooperação China-África (FOCAC) deverá juntar em Pequim, entre 03 e 04 de
setembro, dezenas de chefes de Estado e de Governo do continente africano.
A cimeira contará com três novos
países: São Tomé e Príncipe, Burkina Faso e a Gâmbia, que elevam assim para 53
o número de nações africanas com relações com a China.
Desde 2015, a média anual do
investimento direto da China no continente fixou-se em 3.000 milhões dólares
(2.500 milhões de euros), com destaque para novos setores como indústria,
finanças, turismo e aviação.
O primeiro Fórum de Cooperação
China-África aconteceu em Pequim, em 2006, e a segunda edição decorreu na
África do Sul, em 2015.
JMC/MIM (EJ) // PVJ
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