Naypyidaw, 03 set (Lusa) - A ONU
apelou hoje à libertação de dois repórteres da Reuters condenados em Myanmar a
sete anos de prisão por "atentado ao segredo de Estado" durante a
investigação ao massacre de muçulmanos rohingya pelo exército daquele país.
"Continuamos a pedir a sua
libertação", disse à agência de notícias France-Presse o representante da
ONU em Myanmar, Knut Ostby, pouco depois de ter sido conhecido o veredito.
Um tribunal de Myanmar condenou
hoje a sete anos de prisão os dois jornalistas da agência Reuters acusados de
obterem ilegalmente documentos oficiais do Governo, na sequência de uma
investigação que realizavam sobre "limpeza étnica" da minoria
rohingya.
Wa Lone, de 31 anos, e Kyaw Soe
Oo, de 27, foram detidos em dezembro por alegadamente terem obtido
"documentos secretos importantes" de dois polícias.
Em julho, foram acusados
oficialmente de violarem a "Lei de Segredos Oficias", que data da
época colonial, crime pelo qual arriscavam uma pena de até 14 anos de prisão.
Ambos declararam-se inocentes.
Na investigação que levaram a
cabo, os dois jornalistas citam aldeões budistas que terão participado com
soldados no massacre de Inn Dinn, a 02 de setembro do ano passado, quando dez
rohingya foram mortos.
JMC (FST) // MIM
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