Macau, China, 02 set (Lusa) - Dez
esculturas "gigantescas" de luz, com traços contemporâneos, começaram
a iluminar este fim de semana uma avenida em Macau, num festival que tem mão de
artistas portuguesas.
Não é por acaso que o
"Festival das Lanternas" se realiza -- já pelo terceiro ano
consecutivo - neste período do ano, antes e durante o outono, explicou à Lusa o
arquiteto Carlos Marreiros, à margem da inauguração do certame, este sábado.
O festival realiza-se em paralelo
com uma tradicional celebração chinesa -- o festival do bolo Lunar (ou festival
da Lua), que coincide todos os anos com o equinócio de outono do calendário
solar.
Nesta altura, conta-nos, as
crianças "pegam nas suas lanternas para celebrar a Lua nas suas
mãos", uma tradição "que nunca se perdeu em Macau".
As esculturas
"gigantescas" de Marreiros, entre seis e doze metros, são uma
interpretação contemporânea da Lanterna do Coelhinho, uma estrutura de bambu e
papel colorido que existe há mais de 200 anos em Macau.
Quando o território passou para a
administração chinesa, em 1999,
a estrutura "curiosamente adquiriu as cores da
China e de Portugal", lembrou o artista: o vermelho e amarelo, de ambos os
países, e ainda o verde, da bandeira lusa.
"Aqui, interpreto de forma
contemporânea e em vez de utilizar bambu utilizo uma estrutura aligeirada de
aço, para aguentar os tufões", garantiu Marreiros, pouco depois de Macau
ter assinalado um ano do "Hato", o pior tufão dos últimos 53 anos a
atingir o território.
Apesar de ser o autor de metade
destas "estruturas de luz" - como gosta de lhes chamar, Carlos
Marreiros convida todos os anos artistas internacionais. Este ano, há
estruturas da autoria da portuguesa Ana Jacinto Nunes, e ainda de uma
britânica, de um italiano, de um chinês e de um local, de Macau.
Para a terceira edição Marreiros
escolheu o tema "Love is in the air" (o amor está no ar). "A
ideia é muito simples", confessa, mas "para que se torne
popular" deve seguir uma mensagem simples. Este ano é isso mesmo: "o
amor nas suas várias formas", disse.
Por fim, o arquiteto mostrou
vontade de continuar a organizar o festival nos próximos anos, em que espera
estender as estruturas iluminadas "a toda a avenida".
FST // JPS
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