Díli, 24 nov (Lusa) - Melhorar a
gestão das instituições de ensino superior timorenses, rever as competências da
formação dos alunos e definir um currículo padrão são algumas das prioridades
para o setor, segundo as conclusões de um seminário que decorreu em Díli.
No topo de uma longa lista de
ações para o setor, os participantes no seminário de dois dias destacaram a
necessidade, tanto para as instituições públicas como privadas, de alinhar a
sua missão e visão "com as necessidades e os desafios da sociedade
atual".
"É necessário elevar a
qualidade do Ensino Superior em Timor-Leste, nomeadamente através de uma
reflexão conjunta entre as diversas instituições para que se defina o perfil
dos graduados timorenses em cada curso e área de formação", de acordo com
o documento final do encontro.
Isso passa, notaram os
participantes, por uma "gestão mais eficaz e eficiente dos recursos
humanos e materiais disponíveis em cada instituição".
Estas foram algumas das
conclusões principais de um seminário subordinado ao tema "Elevar a
qualidade do Ensino Superior como um fator chave para aquisição de (novas)
competências dos graduados para uma sociedade em transformação".
Organizado pelo Ministério do
Ensino Superior, Ciência e Cultura, o Instituto Nacional de Ciências e
Tecnologia e a Agência Nacional de Avaliação e Acreditação Académica (ANAAA), o
encontro do final da semana analisou vários aspetos do setor.
Pela primeira vez um Governo
timorense autonomizou, num Ministério próprio, o ensino superior, numa
tentativa de responder à importância do setor e às crescentes necessidades do
país.
"Os desafios apresentados
pela sociedade atual, obrigam a uma reflexão sobre as competências que as
Instituições devem trabalhar durante a formação dos estudantes, nomeadamente no
uso e conhecimento das novas tecnologias", notam as conclusões.
Participantes no encontro - entre
representantes do Governo, da comunidade educativa e especialistas do setor -
consideraram ainda que "é necessário definir o Currículo de Padrão Mínimo,
respeitando a autonomia pedagógica e científica das instituições", com
currículos "adaptados às necessidades da época da 4.ª Revolução
Industrial".
Cursos e programas de estudo
"devem cumprir os padrões mínimos internacionais", para garantir que
a certificação da formação possa ser reconhecida a nível nacional, regional e
até mundial, com um reforço e consolidação dos mecanismos de avaliação
programática por parte da ANAAA "com foco em indicadores capazes de medir
a efetiva qualidade dos cursos".
"É preciso reforçar a
componente prática em alguns cursos (estágio durante a formação) de forma a que
os estudantes quando concluem a formação tenham adquirido aptidões
profissionais que lhes permita ter melhor preparação para enfrentar a
competitividade do mercado de trabalho", refere o documento.
Entre as conclusões, os
participantes consideraram ainda necessário "transmitir competências de
empreendedorismo para que os graduados tenham iniciativa de criar o próprio
negócio e contribuir para o desenvolvimento económico do país em todos os
municípios".
Os docentes das Instituições de
Ensino Superior, por seu lado, devem "apostar na concretização de
pesquisas científicas com o objetivo de transformar as universidades em
verdadeiros centros de investigação, que permitam capacitar os docentes,
melhorar acesso ao conhecimento por parte dos alunos e contribuir para o
desenvolvimento do conhecimento científico de e sobre Timor-Leste".
ASP // FST
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