terça-feira, 15 de janeiro de 2019

Parlamento timorense elege novo responsável da a Comissão Anti-Corrupção (CAC)


Díli, 15 jan (Lusa) -- O Parlamento Nacional timorense elegeu hoje, sem unanimidade, Sérgio Hornai como novo comissário da Comissão Anti-Corrupção (CAC), depois de um impasse que deixou a instituição sem responsável durante vários meses.

Sérgio Hornai, antigo responsável da Defensoria Pública, foi eleito na sessão plenária de hoje por 43 votos a favor, 13 contra e duas abstenções, após o processo de eleição ter sido adiado por várias vezes por falta de acordo entre as bancadas.

O atraso neste processo arrastava-se desde setembro com a oposição a defender que a escolha do responsável máximo da CAC deveria ser feita com consenso.

A lei em vigor determina que o comissário seja "designado pelo Parlamento Nacional, sob proposta do Governo, por maioria absoluta dos deputados", mas obriga a que estejam presentes no plenário "pelo menos, três quartos dos deputados em efetividade de funções".

As bancadas do Governo defendiam que a eleição devia passar pela apresentação de pelo menos dois candidatos.

Numa primeira fase chegou a haver algum consenso sobre a recondução no cargo de Adérito Tilman no cargo.

O próprio primeiro-ministro, Taur Matan Ruak, viu aprovada em Conselho de Ministros a 11 de julho do ano passado uma proposta sua de extensão do mandato de Tilman.

Quando a proposta chegou ao Parlamento, porém, as próprias bancadas do Governo defenderam que em vez de um só nome deveriam ser apresentados pelo menos dois candidatos.

A 20 de julho, novamente em Conselho de Ministros, Taur Matan Ruak apresentou uma nova proposta acrescentando à lista de candidatos o nome de Sergio Hornai.

O próprio Tilman escreveu ao parlamento a 18 de setembro retirando-se de qualquer recondução no mandato -- explicou que retomava as funções anteriores como magistrado do Ministério Público -- e explicando ser urgente eleger um sucessor.

Francisco Branco, da bancada da Fretilin, na oposição, disse que independentemente da eleição de Hornai, o combate à corrupção exige instrumentos adicionais, recordando que continua por ser debatida e aprovada "há nove anos" uma proposta de lei anti-corrupção.

ASP // SB

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