Praia, 02 mai 2019 (Lusa) -- As
escolas portuguesas no estrangeiro, onde estudam 6.000 alunos de várias
nacionalidades e lecionam 500 professores, vão reunir-se entre sábado e
terça-feira na capital de Cabo Verde, com o futuro do ensino da língua e cultura
portuguesas na agenda.
Com o tema "Língua
Portuguesa e os Desafios do Futuro", o encontro é uma iniciativa da
Direção-Geral da Administração Escolar (DGAE) e da Escola Portuguesa de Cabo
Verde -- Centro de Ensino e da Língua Portuguesa (EPCV-CELP), estando prevista
a presença de escolas portuguesas na Comunidade dos Países de Língua Portuguesa
(CPLP) e da Região Administrativa Especial de Macau.
Segundo os organizadores,
trata-se de "uma oportunidade para conhecer e divulgar as escolas
portuguesas no estrangeiro, os seus projetos e as suas áreas de intervenção,
quer nos domínios do ensino e da formação quer ainda no setor da cooperação com
os países onde estão sediadas".
No segundo dia do encontro,
domingo, assinala-se o Dia da Língua Portuguesa e da Cultura na CPLP, que evoca
"a importância da língua, a sua difusão e promoção", recordam os
promotores do evento.
Ao longo de quatro dias, vão
realizar-se nas instalações da Escola Portuguesa em Cabo Verde, na cidade da
Praia, conferências, painéis, apresentação de comunicações e momentos de
reflexão e partilha.
Entre os vários temas que estarão
em debate conta-se "a língua portuguesa face aos desafios do futuro",
a "multiculturalidade nas escolas portuguesas no estrangeiro",
"na rota da Viagem de Circum-Navegação", a "inovação, autonomia
e flexibilidade curricular" e os desafios para o futuro destes
estabelecimentos de ensino.
O ministro da Educação português,
Tiago Brandão Rodrigues, que estará presente na cerimónia de encerramento do
encontro, destaca o "ensino de qualidade" que estas escolas
proporcionam, mantendo as "mesmas orientações educativas, pedagógicas,
didáticas, científicas que as escolas no território nacional".
Estas escolas, referiu Tiago
Brandão Rodrigues, "têm como missão a valorização da língua, a valorização
e difusão da cultura portuguesa, mas são também uma rede muito relevante para a
nossa política educativa, externa, tanto a educativa, mas também a política de
cooperação, de negócios e obviamente que são um instrumento fundamental para o
aprofundamento das relações de amizade e cooperação, com o conjunto dos países
onde estão instaladas".
"Todas as escolas têm um
centro de ensino e da língua portuguesa, que é um instrumento muito importante
para a cooperação educativa, cultural, para a difusão e ensino da língua
portuguesa na sua diversidade e tem associado um conjunto de valências de
formação docente", adiantou.
Sobre este primeiro encontro, o
governante conta que o mesmo seja importante para "a partilha" e
"intercâmbio de conhecimento".
Esta rede funciona, "de uma
forma muito significativa, como ferramenta importante de difusão" da
língua e da cultura portuguesas e "de forma importante para que os
portugueses espalhados nestes países possam também encontrar nas escolas portuguesas
no estrangeiro e nos centros de ensino e da língua portuguesa uma ferramenta
para poderem ter uma ligação mais especial a Portugal".
As escolas portuguesas no
estrangeiro foram criadas no âmbito do aprofundamento das relações de amizade e
de cooperação, no domínio da Educação, através da assinatura de protocolos de
cooperação bilateral entre o Estado português e Cabo Verde, São Tomé e
Príncipe, Angola, Moçambique, Timor-Leste e RAE Macau.
Estes estabelecimentos educativos
públicos são frequentados por alunos das mais diversas nacionalidades.
SMM // VM
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