sexta-feira, 3 de maio de 2019

AKAI | Salvem-me, interessem-se por mim. Muito obrigado


O que diria Akai...

Olá. Aqui estou de novo, sou o Akai, pequeno cidadão timorense. Estou doente, padeço de hodrocefalia e por isso a morte ameaça a minha existência, posso morrer num prazo muito curto.

Porque em Timor-Leste não existe modo de me operarem, estou à espera que os políticos do meu país autorizem que possa ser devidamente tratado e operado no estrangeiro. Para isso têm de libertar verba suficiente para que me desloque a países com quem tem acordos para o efeito e pagar a intervenção cirúrgica. Ou somente libertar verba para viajar para Angola e depois de tratado e operado - gratuitamente - regressar a Timor-Leste, o meu país.

Em Angola, em clínica especializada na doença de hidrocefalia, os tratamentos e a operação serão gratuitos, como já me afirmaram e ofereceram. Graças a uma ONG, Tropas da Paz, que tem experiência com meninos(as) com o mesmo problema de saúde. A custo de Tropas da Paz poderei vir a ser um menino normal. Viverei, em vez de morrer prematuramente, porque é sabido que é o que acontece aos que sofrem de hidrocefalia.

Mas em Timor-Leste o silêncio e talvez até a indiferença sobre o meu problema de saúde é aquilo que persiste, independentemente de já ter sido visitado pela esposa do senhor primeiro-ministro, Taur Matan Ruak, muito simpática e muito carinhosa - como podem ver (em cima) na fotografia retirada da sua página no Facebook.

Já alimentei a esperança que seja ela a poder ajudar-me a viver e angariar a atenção dos políticos que poderão autorizar que rume à salvação da minha vida noutro país. Gratuitamente em Angola ou noutro país que me trate convenientemente. Para assim olhar para o futuro sabendo que muitos anos serão a perspetiva da minha esperança de vida e não a morte que esta doença de hidrocefalia, se não for tratada, me garante.

Tenho sido muito paciente a esperar que os políticos e pessoas de boa vontade sejam solidários e olhem para mim e me ajudem a viver normalmente. Enquanto há vida há esperança… Dizem, e eu também o quero dizer quando aprender a falar. Assim como agradecer com um grande muito obrigado aos que têm o poder e a condução das decisões em Timor-Leste.

Este silêncio e o temor de não me tratar e morrer é que eu não quero… Salvem-me. Interessem-se por mim, por favor. Muito obrigado!

O sonho

Junto aqui a este meu "desabafo" a fotografia da Sónia, uma menina que, como eu, padeceu de hidrofobia. Que, como desejo para mim, foi referenciada e ajudada pelas Tropas da Paz e tratada em Luanda, numa clínica especializada neste tipo de doença.

Esse convite, para ir para lá e tratarem-me, já foi feito. É só preciso pagar a viagem de ida e volta. Ao menos isso, que é o que imploro.

E então sim, a concretizar-se, posso vir a ser como a Sónia e outros meninos que já foram salvos pelas Tropas da Paz e pela referida clínica. Como ela poder mostrar uma fotografia de mim "antes e depois".

Esse é o meu sonho. O sonho de todos que têm esta doença ou outras que os ameaçam de  anormalidade, padecimento e morte.

António Veríssimo

Nota: Sem pretender ser abusivo mas somente não ignorar a urgente e imperiosa necessidade de alertar e tornar público o caso do bebé timorense Akai, o autor transcreve aquilo que qualquer imaginação saudável considera plausível que um condenado à morte por hidrocefalia escreveria na situação deplorável em que se encontra o bebé Akai. Deste modo pretende-se esperançosamente captar a atenção de responsáveis timorenses que possam rapidamente contribuir para a sua salvação e conquista de uma vida saudável.

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