Díli, 10 set 2020 (Lusa) -- O
ministro da Educação, Juventude e Desporto timorense, Armindo Maia, reafirmou
hoje o empenho e o compromisso das autoridades do país em manter e até ampliar
a cooperação com Portugal no setor educativo e da língua.
"Estamos totalmente
empenhados e comprometidos em continuar e reforçar esta cooperação. E estamos
já a ver a lista de até 160 professores portugueses para o recrutamento para os
Centros de Aprendizagem e Formação Escolar (CAFE)", disse à Lusa.
Armindo Maia explicou que esse
compromisso se mantém apesar de ter tomado a "decisão difícil",
devido às circunstâncias causadas pela covid-19, do não regresso de um grupo de
88 professores dos CAFE que saíram de Timor-Leste no início de abril.
"Tive de tomar uma decisão
muito difícil. Desde o início que estávamos comprometidos com o regresso dos
professores, mas houve várias alterações na data do voo, que ficou para 20 de
setembro", explicou.
"Havia ainda alguma
incerteza da parte da companhia e, mesmo que os professores viajassem, com a
quarentena acabaria por haver apenas um mês de aulas antes de terem novamente
que regressar a Portugal", explicou.
Em causa está a situação de um
grupo de 88 dos 138 professores destacados nos Centros de Aprendizagem e
Formação Escolar (CAFE) que optaram por partir para Portugal no voo de
repatriamento no início de abril.
Desenvolvido em conjunto pelos
Ministérios da Educação de Portugal e de Timor-Leste, que partilham as
despesas, o projeto centra-se na requalificação do ensino timorense em língua
portuguesa, em escolas públicas em todos os municípios e na Região
Administrativa Especial de Oecusse-Ambeno (RAEOA).
Depois de meses sem poderem
regressar, já que Timor-Leste suspendeu os voos comerciais desde março, a
companhia aérea Euro-atlântico, que já tinha realizado o voo de repatriamento
no início de abril, mostrou disponibilidade para realizar uma nova ligação este
mês.
O voo vai ser usado
maioritariamente por portugueses e timorenses que precisam de viajar nos dois
sentidos, entre os quais se incluem dezenas de estudantes de Timor-Leste que
estão em vários países (Cuba, Brasil, Reino Unido, Itália e Portugal) e querem
regressar a casa.
"Mediante todos os
condicionalismos e constrangimentos, decidi que viessem apenas os cinco
coordenadores em falta, que vamos tentar que viajem para Timor-Leste no voo do
Programa alimentar Mundial (PAM) de 16 de setembro", explicou.
"Viajarão em voos comerciais
até Kuala Lumpur e depois nesse voo para Díli", referiu.
Armindo Maia admitiu que seria
oportuno que o Governo permitisse um voo regular mensal para entrada e saída em
Timor-Leste, uma situação que, explicou, "está a ser equacionada".
"Eu acho que seria útil para
facilitar a mobilidade de estudantes e professores, mas sujeito à evolução
desta pandemia", notou.
Sobre as escolas CAFE em si,
Armindo Maia disse que continuam a trabalhar nos vários centros 50 professores
portugueses, a que se somarão os cinco coordenadores que vão chegar.
"Com esse reforço e com a
equipa que já cá está poderemos concluir o ano letivo. Não é 100% o que
queremos, mas acho que podemos garantir o funcionamento", explicou.
Timor-Leste, que está no quinto
período de 30 dias de estado de emergência, tem atualmente um caso ativo da
covid-19, com 26 doentes já recuperados desde o início da pandemia.
ASP // PTA
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