Díli, 01 set 2020 (Lusa) -- Um
voo que a companhia aérea portuguesa euroAtlantic previa realizar para
Timor-Leste no domingo foi adiado até 17 de setembro, confirmou à Lusa fonte da
empresa.
O voo comercial, que tem por
objetivo transportar professores e cidadãos portugueses e timorenses para
Timor-Leste e retirar cidadãos portugueses e de outras nacionalidades de
Timor-Leste foi adiado por questões "burocráticas", disse a fonte.
O adiamento do voo, explicou,
permitirá igualmente que mais passageiros cumpram todos os requisitos
necessários para a viagem, inclusive o processo necessário de obtenção de
testes negativos da covid-19.
Fontes envolvidas no processo
explicaram à Lusa que o voo tem sido condicionado por questões como as
necessárias autorizações em Timor-Leste e a definição clara do número de
passageiros, especialmente por se prever o transporte de um menor número, do
que inicialmente previsto, de professores portugueses.
Em declarações à Lusa na semana
passada a empresa disse que o voo estava condicionado a um número mínimo de
passageiros, sem referir quantos.
O voo permitirá o regresso a
Timor-Leste de professores da Escola Portuguesa de Díli e do projeto CAFE
(Centros de Aprendizagem e Formação Escolar) que saíram no início de abril e
estão ainda sem poder regressar.
O voo foi proposto pela própria
EuroAtlantic em resposta à preocupação com a falta de ligações comerciais
regulares de e para Timor-Leste, suspensas indefinidamente desde final de
março.
A empresa já tinha operado no
início de abril um voo entre Díli e Lisboa que permitiu a saída de Timor-Leste
de cerca de 150 pessoas, a quase totalidade cidadãos portugueses.
Este voo permite ultrapassar as
restrições que continuam a existir em Timor-Leste e a condicionar bastante as
motivações de e para a ilha, com as autoridades de aviação a manterem por tempo
indefinido a proibição da realização de voos comerciais regulares ou
'charters'.
Atualmente, apenas operam voos da
Austrália, através de um acordo com a AirNorth -- praticamente limitados a
cidadãos australianos -- e um voo quinzenal do Programa Alimentar Mundial (PAM)
com acesso restrito a funcionários de embaixadas e missões internacionais,
colaboradores e membros das agências das Nações Unidas.
Uma situação que torna impossível
a outros cidadãos, tanto timorenses como estrangeiros, entrar ou sair do país,
praticamente isolado desde março.
Timor-Leste esteve sem casos
ativos entre 15 de maio e 04 de agosto, tendo nesse dia sido confirmada mais
uma infeção, dado como recuperado 14 dias depois.
Em 20 de agosto, as autoridades
confirmaram um novo caso e seis dias depois um outro, o que fez aumentar para
27 o número total de infetados em Timor-Leste desde o início da pandemia, dos
quais 25 já recuperaram.
Atualmente, há 367 pessoas em
quarentena em instalações do Governo e 129 em auto quarentena, incluindo em
hotéis aprovados pelo Ministério da Saúde.
Até ao momento, Timor-Leste
realizou 5.782 testes, estando 294 pessoas ainda à espera de conhecer os
resultados.
A pandemia de covid-19 já
provocou pelo menos 847.071 mortos e infetou mais de 25,2 milhões de pessoas em
196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
A doença é transmitida por um
novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro
da China.
ASP // LFS
Sem comentários:
Enviar um comentário