Díli,
29 abr (Lusa) - O primeiro-ministro timorense deu hoje aos serviços de saúde do
país um prazo até 28 de novembro de 2016 para implementar nas 2.225 aldeias de
Timor-Leste o programa de saúde na família, já a ser testado há vários anos em
Díli.
"Temos
um projeto-piloto que está a ser implementado na Clinica Paz em Becora, com
base no qual todas as famílias são visitadas e acompanhadas regularmente pelos
profissionais de saúde", disse Rui Maria Araújo em declarações à Lusa.
"Este
modelo vai ser expandido para todo o país e eu dei hoje um ano e meio de prazo
para fazer isso", explicou.
Rui
Araújo detalhou este seu objetivo durante a cerimónia de lançamento do novo
Pacote de Serviço Compreensivo dos Cuidados de Saúde Primária (CSP),
instrumento que definirá nos próximos anos a forma como o setor de saúde
comunitária se vai desenvolver no país.
Num
discurso crítico, o chefe do Governo disse que Timor-Leste "produz muitos
documentos, muitos seminários, muitos discursos e discussões", mas que
"agora chegou a hora dos resultados".
No
caso da saúde ao nível comunitário o chefe do Governo insistiu na expansão do
projeto de "saúde na família" com o objetivo de que "todas as
famílias em Timor-Leste estejam incluídas no cuidado primário de saúde" e
"sejam visitadas pelos profissionais de saúde".
O
chefe do Governo, médico de formação, insistiu na componente da "saúde na
família" como parte essencial dos cuidados primários de saúde, apelando a
todos os profissionais do setor que trabalhem "com rigor, firmeza e
responsabilidade".
Para
Rui Araújo há quadros suficientes em Timor-Leste para chegar às famílias do
país e não chega "apontar apenas as barreiras, os obstáculos" para
não melhorar as prestações de serviços de saúde.
"Chegou
o tempo de parar de dar desculpas e razões e de trabalhar com maior esforço
para prestar melhores cuidados de saúde a população", disse.
"Temos
que mudar hábitos. Temos que ser mais responsáveis", disse.
Rui
Araújo quer que sejam nomeados médicos coordenadores para o programa de saúde
na família, defendeu a necessidade de melhor planeamento para melhor
distribuição de médicos e disse que vai fazer avançar um projeto de
digitalização da entrega de medicamentos e outros bens médicos.
Em
comunicado hoje divulgado o Governo timorense explica ter aprovado em Conselho
de Ministros a extinção do Serviço Autónomo de Medicamentos e Equipamentos de
Saúde (SAMES) como Empresa Pública e a sua transformação em Instituo Público.
"O
SAMES, E.P., criado há cerca de dez anos, tem revelado dificuldades em cumprir
as suas atribuições enquanto empresa pública, tanto em relação às entidades do
Serviço Nacional de Saúde como em relação às entidades do Sistema Nacional de
Saúde no seu todo", explica o Governo.
O
novo Instituto Público com o mesmo nome, SAMES, estará "dotado de
personalidade jurídica com autonomia administrativa, financeira e patrimonial,
que funciona sob a tutela e superintendência do Ministério da Saúde".
"Este
serviço tem como responsabilidade assegurar o aprovisionamento e logística de
produtos farmacêuticos e equipamentos médicos para o Serviço Nacional de
Saúde", recordou.
ASP
// JCS
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