Díli,
29 abr (Lusa) - O Governo timorense lançou hoje o novo Pacote de Serviço
Compreensivo dos Cuidados de Saúde Primária (CSP), instrumento que definirá nos
próximos anos a forma como o setor de saúde comunitária se vai desenvolver no
país.
Apresentado
numa cerimónia em que participaram, entre outros, o primeiro-ministro, Rui
Maria Araújo, e a ministra da Saúde, Maria do Céu Sarmento Pina da Costa, o
documento insere-se no "Programa 100 dias do VI Governo
Constitucional".
O
pacote foi preparado ao longo dos últimos meses com o envolvimento dos vários
níveis do sistema de saúde do país e o apoio de organizações internacionais
como a AustralianAid, USAid, World Bank, UNICEF e Who.
Intervindo
na apresentação, a ministra da Saúde disse que o documento responde à
"complexa e difícil" realidade que se vive no país, especialmente nas
zonas rurais onde a distância torna o acesso aos cuidados de saúde "muito
mais difícil".
"Este
é um desafio grande para o Ministério que está a trabalhar para melhorar a
gestão dos serviços de saúde", disse, destacando a interdependência entre
os cuidados de saúde e setores como a infraestruturas ou a educação.
Más
estradas, por exemplo, dificultam a prestação de cuidados de saúde, disse a
ministra, que recordou as várias dimensões dos CSP, que vão desde saúde materno
infantil, combate a doenças infeciosas, saúde mental ou prevenção da malária e
dengue, entre outras.
"A
saúde pública continua a ser prioridade do Governo que está empenhado em
melhorar a sua qualidade, respondendo especialmente as necessidades dos grupos
mais vulneráveis", afirmou.
Carlitos
Correia Freitas, Diretor Nacional de Saúde Pública, explicou que se trata de um
manual que revê e detalha os CSP e os seus serviços, incluindo um sistema de
monitorização, avaliação e de recolha de indicadores.
Inclui
vários documentos sobre componentes dos CSP, desde procedimentos para visitas
domiciliárias, ao "livrinho de saúde amigável de idosos" ou o
"livrinho de saúde dos veteranos".
Timor-Leste
conta atualmente com 67 Centros de Saúde Comunitária e 227 Postos de Saúde e
com uma quadro de 620 médicos, 373 parteiras, 570 enfermeiros e 359 assistentes
de enfermagem, números que devem continuar a crescer este ano.
Recorde-se
que o fortalecimento da prestação de Serviços Integrados de Saúde Comunitária é
uma das prioridades do Programa do VI Governo, que tomou posse no passado dia
17 de fevereiro.
A
estrutura do sistema de saúde timorense inclui Centros de Saúde localizados nas
capitais municipais, Centros de Saúde Comunitários nos Postos Administrativos e
Postos de Saúde responsáveis pela prestação de saúde comunitária nos sucos
(freguesias).
O
Governo pretende instalar postos de saúde em todos os sucos com populações de
entre 1.500 a 2.000 pessoas localizados em áreas muito remotas, com um
"pacote compreensivo de serviços preventivos, curativos e
reabilitativos".
O
Plano Estratégico Nacional do Sector da Saúde 2011-2030, pretende que haja,
pelo menos, um médico, dois enfermeiros, duas parteiras e um técnico de
laboratório em cada Suco
com, pelo menos, 2.000 habitantes.
ASP
// JCS
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