Pequim,
09 jun (Lusa) - O Presidente de Angola, José Eduardo dos Santos, manifestou-se
hoje empenhado em "estreitar as relações com a China", afirmando que
os dois países "têm imensas potencialidades para valorizar" e
"podem ir mais longe" na cooperação bilateral.
"A
história tem demonstrado que é na base da confiança e do respeito mútuos que se
forjam relações sólidas e duradouras, como a parceria estratégica com a
China", disse José Eduardo dos Santos no início das conversações com o
homólogo chinês, Xi Jinping.
"Os
laços de amizade e de solidariedade entre os nossos povos e países são muito
fortes e queremos continuar a estreitá-los", acrescentou.
As
conversações decorreram no Grande Palácio do Povo, no centro de Pequim, depois
de uma cerimónia de boas vindas com guarda de honra, salvas de canhão e o hino
nacional dos dois países tocado por uma banda militar.
Dezenas
de crianças agitando bandeiras de Angola e da China saudaram os dois
presidentes.
Na
avenida que passa no topo norte da praça Tiananmen, frente à imponente tribuna
de cor de púrpura que dá o nome do local - Porta da Paz Celestial (Tiananmen)
-, os candeeiros estavam ornamentadas com as bandeiras dos dois países.
"A
China foi o país que mais depressa compreendeu a situação difícil de Angola no
final da guerra, em 2002, e qual a ajuda que poderia dar à reconstrução
nacional", realçou o Presidente angolano.
Numa
entrevista feita ainda com os jornalistas presentes na sala, salientou também
que "em poucos anos, Angola conseguiu grandes progressos" e que
"a China é hoje o maior importador de petróleo angolano".
José
Eduardo dos Santos iniciou na segunda-feira uma visita de seis dias à China,
acompanhado por nove ministros.
É
a sua quarta visita àquele país em 27 anos, o que faz do Presidente angolano
"um velho amigo da China", como lhe chamou o homólogo chinês.
"Esta
visita injetará novo ímpeto na parceria estratégica entre China e Angola",
disse o presidente chinês, que é também secretário-geral o Partido Comunista
Chinês (PCC), o cargo político mais importante do país.
Xi
Jinping definiu "o aprofundamento das relações com Angola" como
"uma política consistente da China", afirmando que esse relacionamento
"é um modelo da cooperação mutuamente vantajosa" que o seu país
mantém com África.
"África
é um amigo seguro da China e a China fará o seu melhor para que África alcance
a paz e o desenvolvimento económico", declarou.
Evocando
o 40.º aniversário da independência de Angola, que se assinala em novembro
próximo, o Presidente chinês disse que o MPLA, o partido no poder, e o povo
angolano "devem estar orgulhosos" pelas "extraordinárias
mudanças" entretanto ocorridas no país.
O
programa de José Eduardo dos Santos na China inclui ainda uma deslocação a
Tianjin, o maior porto do norte do país, a cerca de 150 quilómetros da capital,
e um fórum económico com quase 200 participantes.
Xi
Jinping visitou Angola em 2011, quando era vice-presidente da China, e foi
também nesse ano que os dois países assinaram um "acordo de parceria
estratégica global".
Devido
à acentuada diminuição do preço do petróleo no mercado mundial, no primeiro
trimestre deste ano, o valor das exportações angolanas para a China caíram
cerca de 50% em relação a igual período de 2014.
A
China anunciou hoje que ajudará financeiramente Angola a "superar as
dificuldades" criadas por aquele fenómeno, mas não especificou o montante
da ajuda.
Segundo
fontes chinesas, o volume dos empréstimos e das linhas de crédito concedidos
pela China a Angola desde 2004 rondará os 15.000 milhões de dólares (13,3 mil
milhões de euros).
AC
// EL
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