A
economia do mar é hoje um assunto que interessa a muitos
Estados. Em tempo de crise, ainda não superada ainda por vários
países, o tema tem suscitado as atenções de Governos,
que têm estabelecido politicas públicas no sentido de potenciar um
recurso que pode contribuir grandemente para resolver muitos
problemas económicos
O
mar tem imensos recursos e, em tempo diversificação de economias
naqueles países que dependem excessivamente do petróleo , compreende-se
que vários Estados estejam agora a considerar investimentos numa
área que pode ajudar a dar oportunidades a agentes
económicos e consequentemente reduzir o desemprego.
O combate ao desemprego preocupa muitos Governos, que adoptam políticas de incentivo à criação de pequenas e médias empresas, de modo a aumentarem os postos de trabalho.
O emprego é uma das questões centrais de muitos Estados e não é por acaso que há países com departamentos ministeriais para tratar especificamente de questões relativas ao acesso ao mercado de trabalho.
A economia do mar é uma área a que se está a dar particular importância, pois sabe-se que os oceanos constituem também fonte de recursos para o desenvolvimento sustentável e é assunto que se discute a nível multilateral.
Os ministros responsáveis pelos assuntos mar da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) reuniram-se recentemente, em Lisboa, para abordar questões relacionadas com a chamada “economia azul”, tendo as discussões sido centradas no papel dos agentes privados e públicos na exploração de recursos dos oceanos, na perspectiva da criação de riqueza e de combate à pobreza.
O facto de os Estados membros da CPLP possuírem territórios marítimos leva-os a interessarem-se em discutir problemas que em muitos casos lhes são comuns , podendo na troca de experiências e de conhecimentos todos ganhar no sentido de se avançar para projectos de cooperação dinâmica e exequíveis.
Os ministros da CPLP manifestaram na reunião a intenção de avaliarem as iniciativas definidas da comunidade para os oceanos e realçaram a importância de concertar esforços para a partilha de informação relevante sobre projectos de extensão da plataforma continental.
O multilateralismo tem a vantagem de permitir aos Estados tirarem proveito do que há de mais avançado no mundo para adaptá-lo às suas realidades. Num mundo complexo, precisamos todos de partilhar não somente informações, mas também conhecimentos que fazem gerar o crescimento e o desenvolvimento económico.
A CPLP é uma comunidade na qual estão inseridos países com diferentes níveis de desenvolvimento e de potencialidades económicas e essa diversidade faz dela um espaço capaz de impulsionar uma cooperação que aproveite a todos os seus membros.
A língua comum e o longo período de contacto entre si sob diversas formas facilitam uma colaboração multilateral frutuosa, apesar da descontinuidade geográfica, que não tem impedido a aproximação entre os povos da comunidade, que têm tudo para ir mais longe em termos de relações económicas.
Os dirigentes dos países já perceberam isso e certamente querem tirar partido das potencialidades que cada Estado da comunidade comporta . É necessário passar à acção, com mecanismos de cooperação que possam ajudar todos a progredir.
Afinal, é o progresso que interessa a todos os seus Estados membros. E o progresso de cada um em determinadas áreas consegue-se procurando a cooperação com os outros que apresentem vantagens neste ou naquele domínio.
O importante é que haja sempre disponibilidade para a discussão dos problemas e de os resolver em conjunto quando for necessária concertação, para se avançar para o bem-estar de todos os povos de uma comunidade que já ganhou prestígio internacional e que é integrada por povos de quatro continentes. O mar é hoje visto como mais uma potencialidade que pode transformar as economias do Estados da CPLP. A necessidade de resolução de muitos problemas económicos dos povos da comunidade justifica este empenho em encontrar soluções para a “economia azul “ ser próspera em todo o espaço onde se fala a língua portuguesa.
É
acertado não subestimar os recursos marinhos numa altura em que é necessário
diversificar a economia , um processo que no nosso país ganha nova dinâmica,
prevendo-se uma intensificação de actividades em diferentes áreas da
produção. Que a economia do mar venha a ter futuramente um grande peso no
nosso Produto Interno Bruto.
Jornal
de Angola, editorial
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