Jacarta,
05 jun (Lusa) -- A Austrália manifestou hoje descontentamento relativamente ao
anúncio do Governo timorense que quer que o Tribunal Permanente de Arbitragem
em Haia reabra o processo em
que Camberra é acusada de espionagem durante a negociação dos
acordos do Mar de Timor.
O
Procurador-geral da Austrália, George Brandis, recordou que ambos concordaram
não renegociar fronteiras marítimas enquanto o tratado ainda estivesse em
vigor, realçando que "a Austrália continua comprometida com esse acordo e
está dececionada com o facto de Timor-Leste estar a tentar reabrir" o
processo.
Em
comunicado, divulgado esta semana, o executivo timorense liderado por Rui Maria
de Araújo explicou que a questão da espionagem tinha ficado suspensa após uma
segunda queixa em Haia, apresentada por Timor-Leste contra a Austrália, sobre a
"apreensão e detenção de certos documentos e dados".
Este
processo dos "documentos" - como ficou conhecido - refere-se a um
conjunto de documentos pertencentes a Timor-Leste e que foram apreendidos no
escritório do advogado Bernard Colleary, em Camberra, a 03 de dezembro de 2013,
por uma equipa de agentes da ASIO (Organização Australiana de Serviços
Secretos).
Esse
material incluía "detalhes sobre atividades de espionagem por parte da
Austrália em relação a Timor-Leste, durante a negociação do Tratado sobre
Determinados Ajustes Marítimos no Mar de Timor (DAMMT)".
No
comunicado divulgado, esta quarta-feira, o Governo timorense relembra que em
setembro concordou "com um pedido da Austrália para adiar as negociações
(de arbitragem) por um período de seis meses, para permitir um diálogo mais
fundamentado".
Mas
ressalva que esse período terminou em março e que "a expectativa de
Timor-Leste de que o diálogo poderia conduzir à produção de uma agenda
estruturada para a realização das conversações sobre a delimitação permanente
das fronteiras marítimas não se concretizou".
DM
(ASP) // JCS.
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