sexta-feira, 5 de junho de 2015

Mortos no naufrágio do rio Yangtze aumentam, esperança de encontrar sobreviventes diminui


Pequim, 04 jun (Lusa) - O numero confirmado de mortos no naufrágio de segunda-feira no rio Yangtze, centro da China, subiu hoje para 75, quando o período de 72 horas considerado critico para encontrar sobreviventes está a terminar.

Mais de 360 pessoas continuavam desaparecidas às 18:00 horas (11:00 horas em Lisboa), quando a agência noticiosa oficial Xinhua divulgou as últimas informações recolhidas pelo Centro de Operações de Busca e Salvamento, localizado em Jianli, na província de Hubei.

Em relação ao balanço difundido ao início da manha (hora local), os mergulhadores encontraram mais dez corpos, elevando para 75 o total de mortos confirmados, mas o número de sobreviventes (catorze) mantém-se inalterado há mais de 24 horas.

O naufrágio, o pior registado na China em quase 70 anos, ocorreu na segunda-feira à noite, cerca das 21:30 horas (hora local), quando um navio de cruzeiro com 456 pessoas a bordo foi atingido por um tornado.

"As primeiras 72 horas são decisivas para encontrar sobreviventes", afirmou um perito citado pela Xinhua.

Numa derradeira tentativa para encontrar ainda alguém com vida, as equipas de salvamento abriram hoje três buracos no casco do navio para facilitar as buscas subaquáticas.

As correntes no local, no entanto, são muito fortes e as aguas turvas e lamacentas, dificultando a ação dos mais de 200 mergulhadores envolvidos dia e noite na operação.

O navio naufragado - com quatro andares e 76 metros de comprimento - navegava há três dias entre Nanjing e Chongqing, um popular cruzeiro turístico ao longo do rio Yangtze.

A maioria dos passageiros tem mais de 60 anos.

Atingido por ventos que sopravam a mais de 110 quilómetros à hora, o barco virou-se no espaço de apenas um ou dois minutos.

"Foi tão rápido que o capitão nem teve tempo de dar sinal de alerta", disse Wang Yangsheng, funcionário superior do Centro de Socorro Marítimo de Yuegang, citado pela agência Xinhua.

Cerca de 130 embarcações estão envolvidas nas operações de busca e salvamento.

O pior acidente do género na China ocorreu em 1948, quando um navio a vapor se incendiou no rio Huangpu, o afluente do Yangtze que atravessa Xangai, matando mais de mil pessoas.

Estadistas de vários países, entre os quais o presidente e o primeiro-ministro de Portugal, manifestaram às autoridades chinesas "profundo pesar" pela tragédia.

AC // APN

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