Pequim,
04 jun (Lusa) - O numero confirmado de mortos no naufrágio de segunda-feira no
rio Yangtze, centro da China, subiu hoje para 75, quando o período de 72 horas
considerado critico para encontrar sobreviventes está a terminar.
Mais
de 360 pessoas continuavam desaparecidas às 18:00 horas (11:00 horas em
Lisboa), quando a agência noticiosa oficial Xinhua divulgou as últimas
informações recolhidas pelo Centro de Operações de Busca e Salvamento,
localizado em Jianli, na província de Hubei.
Em
relação ao balanço difundido ao início da manha (hora local), os mergulhadores
encontraram mais dez corpos, elevando para 75 o total de mortos confirmados,
mas o número de sobreviventes (catorze) mantém-se inalterado há mais de 24
horas.
O
naufrágio, o pior registado na China em quase 70 anos, ocorreu na segunda-feira
à noite, cerca das 21:30 horas (hora local), quando um navio de cruzeiro com
456 pessoas a bordo foi atingido por um tornado.
"As
primeiras 72 horas são decisivas para encontrar sobreviventes", afirmou um
perito citado pela Xinhua.
Numa
derradeira tentativa para encontrar ainda alguém com vida, as equipas de
salvamento abriram hoje três buracos no casco do navio para facilitar as buscas
subaquáticas.
As
correntes no local, no entanto, são muito fortes e as aguas turvas e
lamacentas, dificultando a ação dos mais de 200 mergulhadores envolvidos dia e
noite na operação.
O
navio naufragado - com quatro andares e 76 metros de comprimento - navegava há
três dias entre Nanjing e Chongqing, um popular cruzeiro turístico ao longo do
rio Yangtze.
A
maioria dos passageiros tem mais de 60 anos.
Atingido
por ventos que sopravam a mais de 110 quilómetros à hora, o barco virou-se no
espaço de apenas um ou dois minutos.
"Foi
tão rápido que o capitão nem teve tempo de dar sinal de alerta", disse
Wang Yangsheng, funcionário superior do Centro de Socorro Marítimo de Yuegang,
citado pela agência Xinhua.
Cerca
de 130 embarcações estão envolvidas nas operações de busca e salvamento.
O
pior acidente do género na China ocorreu em 1948, quando um navio a vapor se
incendiou no rio Huangpu, o afluente do Yangtze que atravessa Xangai, matando
mais de mil pessoas.
Estadistas
de vários países, entre os quais o presidente e o primeiro-ministro de
Portugal, manifestaram às autoridades chinesas "profundo pesar" pela
tragédia.
AC
// APN
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