sábado, 4 de julho de 2015

Japão 'pisca o olho à influência regional com ajuda de 5.400 ME aos "cinco" do Mekong


Tóquio, 04 jul (Lusa) -- O Japão prometeu hoje 6,1 mil milhões de dólares (5,4 mil milhões de euros) em ajuda financeira aos "cinco" países do Mekong, procurando expandir a sua influência na região para fazer face ao crescente poder da China.

O anúncio foi feito hoje pelo primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, durante a sétima cimeira Japão-Mekong, em Tóquio, que juntou os líderes do Camboja, Laos, Birmânia, Tailândia e Vietname.

"O Japão vai aplicar cerca de 750 mil milhões de ienes (6,1 milhões de dólares ou 5,4 mil milhões de euros)" em assistência oficial ao desenvolvimento nos próximos três anos", disse Abe, em conferência de imprensa após a cimeira anual.

"A região do Mekong, que tem uma ampla procura por infraestruturas, é um das nossas mais importantes áreas", especificou.

O primeiro-ministro japonês detalhou que o Japão pretende contribuir para o desenvolvimento de infraestruturas "tanto em qualidade como em quantidade".

"A região do Mekong e o Japão são parceiros que vão desenvolver-se juntos", enfatizou.

Não ficou claro se o compromisso em causa inclui a assistência financeira prometida anteriormente por Tóquio ou se diz respeito inteiramente a fundos recentemente alocados.

Shinzo Abe tem envidado esforços para 'vender' autoestradas, sistemas ferroviários e centrais de energia em todo o mundo, elemento-chave na sua tentativa de impulsionar a economia e fortalecer a posição do Japão no estrangeiro.

O crescente músculo financeiro da China, bem como a sua cada vez maior disponibilidade para lançar o peso diplomático à sua volta, têm levado o Japão a intensificar os esforços e a envolver-se na "batalha" pela influência regional.

O primeiro-ministro chinês, Li Keqiang, afirmou, em novembro, numa cimeira na Birmânia, que a parceria estratégica de Pequim com a ASEAN (Associação das Nações do Sudeste Asiático) estava a entrar numa "década de diamante conduzindo a uma cooperação mais abrangente e profunda".

Mais tarde, em março, o ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, Wang Yi, disse que a China esperava impulsionar o comércio com o bloco das dez nações para 500 mil milhões de dólares este ano e para um bilião (milhar de milhão) em 2020.

O Banco Asiático de Investimento em Infraestruturas (BAII), a primeira instituição financeira internacional proposta pela China, veio colocar a fasquia ainda mais alta, já que rivaliza com o Banco Asiático de Desenvolvimento, apoiado por Tóquio.

Das grandes economias mundiais, apenas o Japão e os Estados Unidos ficaram de fora do BAII.

DM // MSF

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