Tóquio,
04 jul (Lusa) -- O Japão prometeu hoje 6,1 mil milhões de dólares (5,4 mil
milhões de euros) em ajuda financeira aos "cinco" países do Mekong,
procurando expandir a sua influência na região para fazer face ao crescente
poder da China.
O
anúncio foi feito hoje pelo primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, durante a
sétima cimeira Japão-Mekong, em Tóquio, que juntou os líderes do Camboja, Laos,
Birmânia, Tailândia e Vietname.
"O
Japão vai aplicar cerca de 750 mil milhões de ienes (6,1 milhões de dólares ou
5,4 mil milhões de euros)" em assistência oficial ao desenvolvimento nos
próximos três anos", disse Abe, em conferência de imprensa após a cimeira
anual.
"A
região do Mekong, que tem uma ampla procura por infraestruturas, é um das
nossas mais importantes áreas", especificou.
O
primeiro-ministro japonês detalhou que o Japão pretende contribuir para o
desenvolvimento de infraestruturas "tanto em qualidade como em
quantidade".
"A
região do Mekong e o Japão são parceiros que vão desenvolver-se juntos",
enfatizou.
Não
ficou claro se o compromisso em causa inclui a assistência financeira prometida
anteriormente por Tóquio ou se diz respeito inteiramente a fundos recentemente
alocados.
Shinzo
Abe tem envidado esforços para 'vender' autoestradas, sistemas ferroviários e
centrais de energia em todo o mundo, elemento-chave na sua tentativa de
impulsionar a economia e fortalecer a posição do Japão no estrangeiro.
O
crescente músculo financeiro da China, bem como a sua cada vez maior
disponibilidade para lançar o peso diplomático à sua volta, têm levado o Japão
a intensificar os esforços e a envolver-se na "batalha" pela
influência regional.
O
primeiro-ministro chinês, Li Keqiang, afirmou, em novembro, numa cimeira na
Birmânia, que a parceria estratégica de Pequim com a ASEAN (Associação das
Nações do Sudeste Asiático) estava a entrar numa "década de diamante
conduzindo a uma cooperação mais abrangente e profunda".
Mais
tarde, em março, o ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, Wang Yi, disse
que a China esperava impulsionar o comércio com o bloco das dez nações para 500
mil milhões de dólares este ano e para um bilião (milhar de milhão) em 2020.
O
Banco Asiático de Investimento em Infraestruturas (BAII), a primeira
instituição financeira internacional proposta pela China, veio colocar a
fasquia ainda mais alta, já que rivaliza com o Banco Asiático de
Desenvolvimento, apoiado por Tóquio.
Das
grandes economias mundiais, apenas o Japão e os Estados Unidos ficaram de fora
do BAII.
DM
// MSF
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