Díli,
31 ago (Lusa) - A cooperação técnico-militar luso-timorense deve apostar cada
vez na formação de formadores, progredindo de acordo com o reforço das
capacidades de Timor-Leste, disse hoje diretor-geral de Política de Defesa
Nacional (DGPDN) de Portugal.
Nuno
Pinheiro Torres proferiu hoje uma palestra sobre o futuro da cooperação
técnico-militar luso-timorense, organizada em Díli por ocasião do 5.º
aniversário do Instituto de Defesa Nacional (IDN).
"É
muito importante a formação de formadores. E é bom sinal que Timor-Leste deixe
de necessitar de formação em áreas em que já está capacitado", disse
Pinheiro Torres, relembrando que o programa de cooperação entre os dois países
nesta área já dura há 14 anos.
"A
ideia não é estagnação da cooperação. Temos que formar os timorenses para terem
capacidade de formar. Precisamos de ter resultados tangíveis. Se há alguma
formação ou programa que decorre há 10 anos sem resultados, tem que ser
reavaliado", sublinhou.
Pinheiro
Torres referiu que o investimento "relativamente elevado" que
Portugal faz anualmente no âmbito da sua cooperação com Timor-Leste "não
se prende com interesses estratégico na região" mas antes se deve à
"relação histórica" e ao facto dos dois países integrarem "uma
comunidade linguística comum".
Na
sua intervenção, o DGPDN referiu-se aos grandes desafios que enfrentam
atualmente as forças de defesa timorenses, nomeadamente o fortalecimento da
capacidade de proteção dos recursos marítimos e o debate sobre se Timor-Leste
deve ou não ter uma componente área nas Forças de Defesa (F-FDLT).
Sob
tutela do Ministério da Defesa Nacional, a Direção-Geral de Política de Defesa
Nacional (DGPDN) "tem por missão garantir a assessoria técnica na
formulação das grandes linhas de ação da política de defesa, no planeamento
estratégico de defesa e nas relações externas de defesa".
Cabe
ainda à DGPDN a responsabilidade pelo planeamento, estudo e elaboração de
propostas de orientações de nível político-estratégico, acompanhamento e
ponderação da respetiva execução e a promoção e coordenação da política de
cooperação técnico-militar.
Recorde-se
que a cooperação técnico-militar luso-timorense - centrado em grande parte na
formação - remonta a fevereiro de 2001, tendo sido alvo de dois grandes acordos
bilaterais, um de 2002 e outro de 2011, com quatro quadros programa.
O
acordo atualmente em vigor tem cinco componentes: Instituto Defesa Nacional,
Centro de Instrução Militar, Componente Naval, Componente Terrestre e Programa
de Ensino Militar em Portugal.
ASP
// VM
Sem comentários:
Enviar um comentário