Um
extenso programa, com dezenas de atividades, assinala em vários pontos de
Timor-Leste os 500 anos da chegada dos portugueses ao país, a afirmação da
identidade timorense e o 40.º aniversário da declaração unilateral da
independência.
Os
primeiros dados concretos do programa foram hoje disponibilizados à Lusa pelo
ministro de Estado, Coordenador dos Assuntos da Administração do Estado e da
Justiça e ministro da Administração Estatal timorense, Dionísio Babo.
A
organização final, especialmente o ponto alto, previsto para 28 de novembro,
deverá ser definida em reuniões do Governo marcadas para os próximos dias 05 e
06 de novembro em Oecusse, o enclave onde primeiro contactaram as civilizações
portuguesa e timorense.
Todas
as cerimónias oficiais serão transmitidas em direto pela televisão timorense,
RTTL, que começa a 01 de novembro a transmitir documentários e outros programas
sobre a história do país.
O
Governo destinou 3,76 milhões de dólares para as celebrações: 1,5 milhões para
a Região Autónoma Especial de Oecusse Ambeno (RAEOA), 1,8 milhões para as
organizações a nível nacional e o restante para ações em todos os municípios do
país.
Cada
município acolhe atividades desportivas e cerimónias religiosas e protocolares
a 27 e 28 de novembro, com Díli a ter um extenso programa, que inclui uma feira
de artesanato e gastronomia (20 a 29 de novembro).
Uma
exposição alusiva às culturas portuguesa e timorense, espetáculos multimédia,
uma feira do livro, concertos musicais, teatro e palestras sobre a história da
colonização e sobre a resistência à ocupação indonésia estão igualmente
previstos.
Uma
das primeiras iniciativas associadas às comemorações decorre já hoje em Díli,
onde o pianista português Júlio Resende e o duo franco-japonês Ykeda realizam
um concerto gratuito, promovido pela Embaixada de Portugal e o Instituto
Francês.
O
programa de Díli prevê ainda debates estudantis, competições de ciclismo e
motocross, caminhadas e um "ritual de agradecimento aos antepassados"
pela conquista da independência.
Em
Oecusse, as atividades começam no dia 16 com vários programas religiosos e
incluem um festival de cinema de língua portuguesa e teatro de marionetas
(entre 25 e 27 de novembro), uma feira de artesanato e vários debates e
seminários. Várias competições desportivas, jogos fronteiriços e concursos de
trabalhos escolares são outras das atividades previstas.
As
cerimónias oficiais começam a 27 de novembro com a inauguração do novo
monumento que em Lifau assinala a chegada dos portugueses à ilha de Timor e um
banquete nacional oferecido pelo Presidente da República.
O
dia 28 arranca com a cerimónia do içar da bandeira nacional antes de um minuto
de silêncio, dos discursos e da leitura do texto da proclamação da
independência de 28 de novembro de 1975, feita em frente ao Palácio do Governo,
em Díli.
"Encarnando
a aspiração suprema do povo de Timor-Leste e para salvaguarda dos seus mais
legítimos direitos e interesses como nação soberana, o Comité Central da Frente
Revolucionária de Timor-Leste Independente (Fretilin) decreta e eu proclamo,
unilateralmente, a independência de Timor-Leste, que passa a ser, a partir das
00:00 de hoje a República Democrática de Timor-Leste, anticolonialista e
anti-imperialista", declarou às 00:00 do dia 28 de novembro de 1975 o
então Presidente da República, Francisco Xavier do Amaral.
"Viva
a República Democrática de Timor-Leste. Viva o povo de Timor-Leste livre e
independente. Viva a Fretilin", concluiu.
SAPO
TL com Lusa
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