Pequim,
05 mai (Lusa) - O Dia da Língua Portuguesa e da Cultura Lusófona foi assinalado
hoje em Pequim com uma cerimónia na embaixada de Portugal, que incluiu música
ao vivo e um jantar com pratos típicos do espaço lusófono.
Pão-de-queijo
brasileiro, queijo da Serra da Estrela, cachupa rica cabo-verdiana ou porco
doce de Díli foram algumas das delícias que compuseram o 'buffet'.
"Há
outra coisa que nos une, que é o mesmo respeito sério pela comida e pela
gastronomia de cada um de nós", disse o embaixador português, Jorge
Torres-Pereira.
Aquele
'tour' gastronómico contou com os embaixadores de Angola, Brasil, Cabo Verde e
Guiné-Bissau, assim como os diretores de 15 departamentos de língua portuguesa
de universidades da China continental.
"O
português é a quarta língua mais falada no mundo e, sobretudo, uma língua que
está num processo de expansão, também no próprio ensino na China",
salientou Torres-Pereira.
Segundo
o diplomata, o número de instituições chinesas de ensino superior que têm
cursos de língua portuguesa "cresceu de meia dúzia, há dez anos, para mais
de 30", atualmente.
"Existe
uma penetração do ensino português muito maior do que as pessoas
imaginariam", realçou.
O
diplomata aproveitou a ocasião para salientar a "postura amistosa",
entre os países e regiões lusófonos, ao ritmo hip-hop, citando o tema "Um
Brinde à Amizade", dos rappers Boss AC e Gabriel o Pensador.
"Sou
carioca de Goa, de Angola e da Guiné\ Cabo Verde, Moçambique, Timor-Leste e São
Tomé\ Macau, Portugal mas vim pela 'Galicia'\ Que a vida é uma delícia
temperada nesse sal", entoou Torres-Pereira.
E
prosseguiu: "Sou palavra, melodia, sou de onde tu fores\ Lusofonia de
todas as cores\ Sou 'Tuga' do Mindelo, angolano de Bissau\ São-tomense de
Maputo, brasileiro de Portugal".
O
embaixador, que chegou a Pequim em 2013, mostrou ter 'flow' para o rap, mas
neste dia dedicado à cultura lusófona os 'cabeças-de-cartaz' foram a banda
portuguesa Senza.
O
grupo que lançou no ano passado o seu primeiro álbum, composto durante uma
viagem de vários meses pelo sudeste asiático, voltará a aturar em Pequim no
domingo, no Festival da Canção em Língua Portuguesa de Pequim e Tianjin, que se
realizará na Universidade de Estudos Estrangeiros de Pequim.
A
cerimónia de hoje contou igualmente com a presença do reitor da Universidade de
Coimbra, João Gabriel Silva, que participa esta semana em Pequim da exposição
internacional sobre educação China International Education Exhibition tour.
"O
interesse pela língua portuguesa [na China] é muito notório por razões muito
pragmáticas", frisou á agência Lusa Gabriel Silva, referindo-se às
"enormes" relações económicas entre a China e os países de língua
portuguesa.
Para
a universidade mais antiga de Portugal, "os estudantes chineses - cerca de
400 - são já os mais representativos, se excluirmos os países" lusófonos.
O
5 de maio foi instituído como Dia da Língua Portuguesa e da Cultura Lusófona há
dez anos, numa cimeira dos oito países que constituíam então a CPLP (Angola,
Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e
Timor-Leste), e que têm, no conjunto, cerca de 250 milhões de habitantes.
JOYP
// VM
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