Roger Rafael Soares, opinião
Daqui
a 5 e 7 meses, decorrerão as eleições presidenciais e parlamentares
respetivamente em Timor-Leste, as quais irão contribuir para a afirmação e
fortificação do regime democrático e da nação timorenses, impulsionadas pelos
principais atores da democracia representativa, os Partidos Políticos. Aos
partidos políticos está inerente o exercício do poder político, pelo que “mesmo
que possam existir partidos sem democracia, não há democracia sem partidos
políticos” (NDI). Por sua vez, o resultado dessas eleições será,
indubitavelmente, a escolha dos timorenses. Que todos os timorenses façam
cumprir, da melhor maneira possível, com um clima de paz, de civismo e de
alegria, nessa altura, a Democracia.
A
presença de temas essenciais ao desenvolvimento económico e social do país na
campanha política será crucial para elucidar os eleitores das políticas, das
abordagens e do posicionamento dos partidos políticos sobre questões de
interesse público.
Por
conseguinte, é indispensável a apresentação das propostas e de políticas
credíveis e viáveis pelos partidos políticos, que se espera que as mesmas
estejam comprometidas com o desenvolvimento económico e social de Timor-Leste.
Serão esses programas eleitorais que convenceram os eleitores a votar neste ou
naquele partido. Mais do que diálogo, é essencial que os projetos políticos que
cada partido irá apresentar nas próximas eleições sejam plausíveis no que se
refere à sua capacidade de execução, face aos desafios no plano económico e
social.
É
crucial que os partidos políticos sejam claros e consistentes em matérias tão
importantes e decisivas para o desenvolvimento de Timor, nomeadamente no que se
refere à área da educação, ao contribuírem com propostas para o incremento da
qualidade da educação, proporcionando às nossas crianças a educação básica e
secundária de qualidade, para que possam não só aprender a ler e escrever, mas
também a desenvolver as suas capacidades de raciocínio. Não basta apenas ter ao
acesso ao ensino superior, é necessário que os que queiram ingressar no ensino
superior sejam portadores de uma bagagem de conhecimentos sólidos e
consistentes de modo a adquirirem e aprofundarem teorias e competências, quer
científicas, quer pessoais.
Ainda
persistem desafios na área da educação, como sejam a formação de professores, a
qualidade das escolas ao nível das infraestruturas e dos serviços educativos,
bem como melhorar
e reforçar o Programa de Merenda Escolar, entre outros. Não obstante a
importância da continuidade do trabalho e legado desenvolvidos pelos atuais
membros do governo responsáveis pelo sector educação.
É
preciso que os partidos políticos tenham também em consideração os desafios
relativos a outras áreas como a saúde, a proteção social às crianças, as infraestruturas,
o combate à pobreza, a diversificação da economia, que requerem uma efetiva
operacionalização.
Para
a frente é que é o caminho, e, portanto, são exigidos o sentido das
responsabilidades e o espírito de compromisso, quer pelos agentes políticos, quer
pelos agentes económicos e sociais. Neste âmbito, e referenciando o espírito do
12 de novembro, data memorável para os timorenses e para a história e como
referência para as novas e futuras gerações, e tendo ainda em consideração o
envolvimento da camada jovem nos partidos políticos e em geral, não nos podemos
esquecer que a sociedade que nós desejamos até 2030 depende do que fizermos
agora. Ou seja, ou lutamos por ela ou deixámo-nos levar pelas consequências que
advêm daquilo que não fizermos agora. O futuro somos nós que o construímos a
partir do presente, da ação presente. Não quero com isto promover uma
“revolução ou manifestação”, mas sim que passemos a exercer os nossos papéis
com seriedade, com empenho, com civismo e espírito crítico.
É
preciso apostar com maior persistência e exigência nos recursos humanos que
dispomos, através da criação de mecanismos de avaliação de desempenho mais
eficazes, bem como da realização de diagnóstico das necessidades de formação
mais adequados de forma a dar resposta às carências profissionais e exigências
laborais.
No
âmbito da prossecução do desenvolvimento nacional, é decisivo ter em conta o
sentido de responsabilidade, seja da classe política, seja dos empregadores e
trabalhadores, em desenvolver as ações e atividades ao serviço do interesse
nacional.
Nessa
ótica, a Administração Pública, incumbida da responsabilidade de execução das
decisões políticas e legislativas, é o pilar basilar do Estado, na medida em
que lhe compete pôr em prática os programas que objetivam promover o
desenvolvimento económico e social de Timor-Leste, ou seja, tem o “poder” de
materializar o desenvolvimento nacional 2011-2030. Mas para que o sucesso seja
garantido, é prioritário avaliar as necessidades de formação dos trabalhadores
da Administração Pública, com vista a promover maior e melhor desempenho da
Administração Pública. O desempenho de funções públicas deve pautar pela
competência, dado que “a tutela dos interesses públicos está a cargo da
Administração Pública”. Nos termos da Constituição, a Administração Pública
“visa a prossecução do interesse público, no respeito pelos direitos e
interesses legítimos dos cidadãos e das instituições constitucionais”. Também
nos termos da Constituição, o “Governo é o órgão de soberania responsável pela
condução e execução da política geral do país e o órgão superior da
Administração Pública”. Por conseguinte,
assumir as rédeas da governação do país é um assunto sério, pelo que o atual
governo tem demonstrado com enorme persistência e sabedoria superar os
desafios, desenvolvendo esforços no sentido de salvaguardar o interesse
nacional.
Rojer
Rafael T. Soares - rrtsoares@hotmail.com
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