Díli,
15 nov (Lusa) - Um total de 21 mulheres foram eleitas como chefe de sucos,
equivalente a freguesias, em Timor-Leste, praticamente o dobro das 11 eleitas
em 2009, mas o seu número ainda representa uma minoria na chefia dos 442 sucos
nacionais.
Amândio
Sousa, diretor de apoio às eleições locais, cuja segunda volta se realizou no
domingo em Timor-Leste, confirmou hoje à Lusa que 21 mulheres foram eleitas
para chefiar os sucos.
"É
um aumento grande face a 2009, quando foram eleitas apenas 11", disse,
sublinhando que ainda está a ser reunida a informação sobre as eleições para
chefes das 2.225 aldeias do país.
Apesar
do aumento comparativo, a liderança de mulheres nos sucos é ainda bastante
reduzida crescendo de 2,49 pontos percentuais para 4,75% do total, números em
linha com os da região do sudeste asiático e Pacífico.
Um
estudo do final de 2014 do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento
(PNUD) indica que as mulheres lideram entidades locais em apenas 3,9% dos casos
na Indonésia, 5,67% no Vietname e 6,4% na Tailândia. Valores mais altos
registam-se nas Filipinas, onde ascendem a 25%.
A
igualdade de género tem números variados noutras estruturas em Timor-Leste como
é o caso do Parlamento Nacional onde há três mulheres entre os seis elementos
da Mesa e 24 mulheres entre os 65 deputados (quase 37%).
No
Governo, a representação das mulheres é menor, com apenas oito dos quase 40
elementos da equipa governativa (20,5%), não havendo qualquer mulher na
liderança dos municípios do país.
As
Nações Unidas destacam a importância da representação de mulheres nos Governos
e autoridades locais, com estudos na Índia, por exemplo, a mostrarem que o
número de projetos de água potável em zonas lideradas por mulheres eram 62%
mais elevados que nas zonas lideradas por homens.
Recorde-se
que está em curso o processo para a escolha dos responsáveis nos 442 sucos
(equivalentes a freguesias), que passam a ser geridos por quatro estruturas:
Conselho de Suco, chefe de Suco, Assembleia de Aldeia e chefe de Aldeia.
O
Conselho de Suco, o órgão deliberativo do suco, é composto pelo chefe de Suco e
chefes de Aldeia, uma delegada e um delegado por cada aldeia, um representante
e uma representante da juventude de cada aldeia e um lian-na'in.
O
chefe de Suco é o órgão executivo do suco, eleito para mandatos de sete anos
que só podem ser renovados uma vez.
A
Assembleia de Aldeia é formada por todos os cidadãos com mais de 16 anos, que
por sua vez elegem o chefe de Aldeia.
O
processo eleitoral ficou marcado por algumas críticas sobre irregularidades que
o Governo rejeitou defendendo o processo adotado para o voto que, explicou, foi
aprovado por todos os partidos com assento parlamentar.
A
Polícia Nacional de Timor-Leste registou alguns pequenos incidentes nos dias da
votação mas nenhum de grande gravidade.
ASP
// JPS
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