Lisboa,
04 nov (Lusa) -- Timor-Leste é o país lusófono com melhor desempenho no Índice
da Liberdade de Educação, da autoria da fundação Novae Terrae e da organização
não-governamental Oidel, com estatuto consultivo na UNESCO e no Conselho da
Europa.
O
Índice da Liberdade de Educação -- que se debruça sobre a evolução das
políticas nacionais e a proteção e promoção do direito à liberdade de educação
-- analisa a situação em 136 países, que representam 94 por cento da população
mundial, entre os quais Portugal e os lusófonos Angola, Brasil, Moçambique e
Timor-Leste, e ainda Guiné Equatorial (que faz parte da Comunidade dos Países
de Língua Portuguesa desde 2014).
O
índice classifica Timor-Leste na 25.ª posição. Apesar de apenas pouco mais de
metade da população do jovem país asiático ser alfabetizada, o financiamento
público para a educação representa 9,5% do Produto Interno Bruto -- um valor
acima dos 6,5% em Moçambique, 6,3% no Brasil, 5,1% em Portugal e 3,5% em
Angola.
Mais
alunos em escolas não-estatais e apoios financeiros para salários de
professores e custos de funcionamento dos estalecimentos de ensino privados são
outros dos itens que contribuem para o bom desempenho de Timor-Leste.
Portugal,
o segundo país lusófono com melhor prestação, só surge no 45.º lugar. Seguem-se
Brasil (58.º), Angola (83.º), Guiné Equatorial (91.º) e Moçambique (115.º, o
único dos lusófonos que não prevê o financiamento público de escolas privadas).
Cabo
Verde, Guiné-Bissau e São Tomé e Príncipe são apenas referidos no que a lei diz
sobre o direito à liberdade de educação.
A
liberdade de educação é um direito universalmente reconhecido, sendo apenas
proibida, entre os 136 países analisados, em Cuba, Gâmbia e Líbia.
Dos
países analisados, 84 reconhecem esse direito na Constituição (a exceção, entre
os países lusófonos, é a Guiné-Bissau).
Se
73 por cento dos países concedem financiamento público à educação privada,
apenas 30 por cento o fazem de forma consistente, com os outros, incluindo
Portugal, a darem um apoio fraco ou indefinido.
Os
autores do índice assinalam as dificuldades que tiveram em obter dados em
muitos países, o que revela "falta de transparência".
Os
países com maior grau de liberdade estão no grupo Europa/América do Norte,
liderados por Irlanda, Holanda e Bélgica. Mas, nos 15 primeiros lugares, há
países de outras geografias, como Chile, Peru, Coreia do Sul e Israel.
A
região Ásia-Pacífico (muito importante em termos de peso demográfico) está bem
qualificada, graças ao desempenho de países como Japão, Índia, Coreia do Sul,
Austrália, Nova Zelândia, Singapura e Timor-Leste. A China ainda está abaixo da
média mundial.
Entre
os países árabes, apenas Líbano, Jordânia e Qatar estão acima da média.
No
documento assinala-se que países como Espanha, Nicarágua e a
"surpreendente" Suécia proibiram recentemente o ensino doméstico, o
que já vigora na Alemanha, por exemplo.
Ora,
para os autores do relatório, "o ensino doméstico é um bom indicador de
confiança do Estado nos pais e na sociedade civil".
O
relatório conclui que "o ensino doméstico é um fenómeno em
crescimento" em todo o mundo, exceto nos países árabes e africanos. Esse
aumento "pode ser interpretado quer como um desajustamento da escola às
necessidades da população, quer como um sintoma de fracasso do sistema
educativo formal", reflete.
SBR
// APN
1 comentário:
Fico contente com os números sobre a educação. Pelo contrário com os números sobre a saúde a realidade é completamente diferente. Tanto na prevenção como nos meios mais rudimentares de cura.
Enviar um comentário