Pelo
menos 200.000 muçulmanos conservadores manifestaram-se hoje na capital
indonésia no segundo maior protesto em um mês contra o governador da cidade, da
minoria cristã, que está a ser acusado de blasfémia.
O
presidente Joko Widodo, que é um aliado político do governador de Jacarta,
Basuki Tjahaja Purnama, conhecido como "Ahok", foi ao Monumento
Nacional hoje e pediu aos manifestantes para dispersarem de forma pacífica.
Os
manifestantes gritaram e pediram a prisão de Ahok.
Os
organizadores concordaram concentrar o protesto junto ao monumento para reduzir
as disrupções na área onde rapidamente se concentrou uma multidão.
O
porta-voz da polícia nacional Rikwanto disse que a polícia estimou a
participação de 200.000 pessoas. A polícia disse que 22.000 oficiais e 5.000
soldados podem ser chamados para garantir a ordem.
O
primeiro protesto, a 04 de novembro, contra Ahok -- o primeiro de etnia chinesa
e o primeiro governador cristão em meio século --, atraiu cerca de 100.000
pessoas. Este protesto tornou-se violento, causando um morto e 12 feridos.
O
governador, conhecido pelo seu modo franco de falar, é acusado de blasfémia
contra o Islão, numa declaração feita no final de setembro, em que classificou
como errada a interpretação de alguns ulemas (teólogos muçulmanos) de um
versículo do Alcorão, segundo a qual um muçulmano só deve eleger um dirigente
muçulmano.
Perante
a dimensão tomada pela polémica, alimentada por fundamentalistas islâmicos, o
governador apresentou publicamente um pedido de desculpas. No entanto, a ira de
alguns grupos radicais não diminuiu.
Uma
anterior manifestação tinha já concentrado cerca de 10.000 participantes, a 14
de outubro, em Jacarta, contra o governador candidato à reeleição em fevereiro
próximo.
SAPO
TL com Lusa - Foto@ Bagus Indahono/EPA
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