O
primeiro-ministro timorense condenou hoje a discriminação e violência de que
são alvo os membros da comunidade LGBT, inclusive dentro das suas famílias,
destacando o seu importante contributo para o desenvolvimento de Timor-Leste.
Apesar
dos esforços de Timor-Leste na promoção dos direitos humanos, incluindo no que
toca a comunidade de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e
Transgéneros (LGBT), "muitos continuam a ser alvo de discriminação",
disse Rui Maria de Araújo.
"Alguns
dos jovens ainda vivem em situações de violência, muitas vezes de pessoas
próximas. A violência é crime. A discriminação é crime. As crianças e os jovens
também são uma riqueza de Timor-Leste e a violência afeta o futuro da saúde
física e mental do país", considerou.
Numa
mensagem por ocasião do Dia do Orgulho, que hoje também se celebra com uma
marcha em Díli, o chefe do Governo afirmou que "todos têm o potencial de
contribuir para o desenvolvimento nacional".
O
governante considerou inaceitável que se discrime ou desrespeite as pessoas
"com base na sua orientação sexual ou identidade de género", considerando
que o futuro do país depende das crianças e jovens "viverem num ambiente
de proteção e amor", onde possam desenvolver o seu potencial.
"Peço
a todos que se aceitem, que se respeitem mutuamente. Os princípios do país
democrático é de que todos devem viver em liberdade, com dignidade e respeito
mútuo. Podemos, juntos, construir uma nação inclusiva em que todos participem
no processo de desenvolvimento", disse.
Várias
organizações timorenses, englobadas na rede jovem Hatutan, promovem esta semana
um conjunto de atividades para combater a discriminação e a violência de que
são alvos membros da comunidade LGBT.
Apesar
de não haver ainda dados estatísticos sobre a dimensão do problema, a Hatutan
recebe relatos de "muitos que admitem ser alvo de abusos físicos, ou que
são expulsos de casa, ou alvo de 'bullying' nas escolas", devido à
orientação sexual ou identidade de género.
"Os
casos são muitas vezes ignorados devido à falta de conhecimento ou entendimento
público do problema, incluindo da parte das autoridades policiais, judiciais ou
legislativas", explica a organização na página.
O
tema dos debates e da marcha de hoje é "Cria um ambiente seguro para a comunidade
LGBT".
SAPO
TL com Lusa | Foto@ Porter Binks/EPA
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