quarta-feira, 1 de novembro de 2017

Orçamento retificativo em Timor-Leste vai responder a necessidades atuais -- Ministro

Díli, 01 nov (Lusa) - O orçamento retificativo que o Governo timorense vai apresentar ao Parlamento Nacional corrigirá em alta o valor orçamentado este ano, para responder a compromissos assumidos e a "situações sociais" que surgiram, disse à Lusa o ministro das Finanças.

Rui Gomes, que se escusou a precisar para já de quanto será o aumento orçamental proposto relativamente ao inicialmente orçamentado para este ano, de cerca de 1,39 mil milhões dólares (1,195 mil milhões de euros), referiu que se trata de responder ao objetivo de contenção do Executivo, mas também à situação atual.

"Há contratos assinados e que temos que garantir que são pagos, situações sociais a que temos que responder e questões do fim do orçamento em bens e serviços em alguns Ministérios", referiu.

"O ajustamento orgânico que representa o novo Governo permite poupanças de cerca de 40 milhões de dólares, mas esse valor não é suficiente e teremos que solicitar mais dinheiro, esperando que o Parlamento Nacional aprove", disse Rui Gomes, escusando-se a revelar o valor do pedido adicional de fundos.


Detalhes preliminares do orçamento retificativo foram apresentados na segunda-feira pelo primeiro-ministro, Mari Alkatiri, ao chefe de Estado, Francisco Guterres Lu-Olo.

"Vim apresentar a Sua Excelência os resultados da reunião do Conselho de Ministros (...) focada no orçamento retificativo, na segunda versão do programa do governo e na lei orgânica do governo", explicou o primeiro-ministro timorense aos jornalistas depois do encontro, na segunda-feira.

Na altura, o chefe do Governo adiantou que o orçamento retificativo será o primeiro documento a enviar ao Parlamento Nacional para que se possa proceder ao pagamento de dívidas a empresas, que iniciaram projetos no mês de junho, e financiar a retirada de doentes para o estrangeiro.

Rui Gomes explicou que estão em causa a retirada de "cerca de 20 timorenses" que vivem situações médicas complicadas e que não podem ser tratados em Timor-Leste.

Os dados do Portal da Transparência do Ministério das Finanças timorense mostravam que, até final de outubro, a execução orçamental era de 74%, contando pagamentos efetivamente realizados, compromissos e obrigações, contratadas mas ainda não pagas.

Em concreto, a execução era de cerca de 900 milhões de dólares, de um total orçamentado para todo o ano de 1.386,8 milhões de dólares.

No caso das receitas (não petrolíferas), o Portal da Transparência confirma que depois dois primeiros dez meses do ano apenas estão recolhidas cerca de 73% das receitas previstas, ou 150,5 milhões dos 206,24 milhões orçamentados.

Rui Gomes recordou que apesar de, globalmente, o Orçamento mostrar ainda uma disponibilidade nas contas para este ano de cerca de 300 milhões de dólares, "há vários Ministérios e Departamentos onde já se chegou aos 90% de execução".

"Isso coloca pressões adicionais em áreas como bens e serviços e até em questões salariais, já que este mês terá que ser pago o 13.º mês aos funcionários", disse.

O Governo timorense tinha anunciado anteriormente que contava apresentar o orçamento retificativo e a nova versão do programa de Governo ao Parlamento Nacional até ao final do ano, na sequência da moção de rejeição aprovada pela oposição maioritária ao primeiro texto.

ASP // EJ | Foto RTTL

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