Pequim, 12 abr (Lusa) - A China
anunciou hoje exercícios militares com fogo real no Estreito de Taiwan, num
período de renovadas tensões entre Pequim e Taipé, devido ao apoio dos Estados
Unidos ao governo da ilha.
O anúncio coincide com um
comunicado as autoridades encarregues da segurança marítima na província de
Hainan, de que a marinha do país terminou três dias de exercícios no Mar do Sul
da China, um dia antes do planeado.
Taiwan, a ilha onde se refugiou o
antigo Governo chinês depois de o Partido Comunista (PCC) tomar o poder no
continente, em 1949, assume-se como República da China, mas Pequim considera-a
uma província chinesa e ameaça usar a força caso declare independência.
Os EUA são o aliado mais
importante da ilha e o seu principal fornecedor de armas, apesar de os dois
lados não terem relações diplomáticas, desde 1979.
Funcionários chineses criticaram
recentemente a decisão do Presidente norte-americano, Donald Trump, de aprovar
uma lei para reforçar os laços com a ilha.
O "Taiwan Travel Act",
aprovado na Câmara dos Representantes e no Senado, encoraja altos
representantes norte-americanos a viajar para Taiwan para encontros com os seus
homólogos, assim como o inverso.
Pequim considera que a lei
"viola gravemente" o princípio de uma só China e envia um "muito
mau sinal às forças separatistas pró-independência de Taiwan".
A China realizou já missões no
espaço aéreo em torno de Taiwan e tem repetidamente navegado o seu único
porta-aviões, o Liaoning, em águas próximas do território.
Os exercícios navais hoje
concluídos em Hainan ilustram também as crescentes capacidades da China em
defender os seus interesses marítimos e reclamações territoriais, sobretudo no
Mar do Sul da China.
Pequim está a construir novos
navios para equipar a sua marinha, guarda costeira e agência de aplicação da
lei marítima, incluindo um porta-aviões de fabrico inteiramente doméstico.
Pequim reivindica quase todo o
Mar do Sul da China, apesar das reivindicações do Vietname, Filipinas, Malásia
e Brunei.
Nos últimos anos, construiu
várias ilhas artificiais, capazes de receber instalações militares em recifes
disputados pelos países vizinhos.
Este mar estratégico, por onde
passam anualmente cerca de cinco biliões de dólares (4,2 biliões de euros) em
mercadorias, terá vastas reservas de gás e petróleo.
JPI // VM
Sem comentários:
Enviar um comentário