Pequim, 25 jun (Lusa) - China e
União Europeia (UE) condenaram hoje as ações unilaterais e protecionistas no
comércio internacional, numa referência às políticas do Presidente
norte-americano, Donald Trump, que atingem Pequim e os países europeus.
"As duas partes acordaram em
opor-se ao unilateralismo e ao protecionismo" nas relações comerciais,
afirmou o vice-primeiro-ministro chinês Liu He, após reunir-se com o vice-presidente
da Comissão Europeia para o Emprego, Crescimento, Investimento e
Competitividade, Jyrki Katainen.
Numa declaração conjunta à
imprensa, em Pequim, Liu afirmou que a China e a UE querem evitar que essas
práticas "tenham impacto na economia global" ou inclusive que
resultem numa "recessão".
A reunião entre responsáveis
económicos da UE e da China ocorre depois de o Governo dos EUA ter anunciado
nas últimas semanas taxas alfandegárias sobre importações oriundas dos dois
blocos económicos.
Em represália, Pequim e Bruxelas
adotaram também taxas alfandegárias sobre produtos oriundos dos EUA.
Liu lembrou que a China e o bloco
europeu defendem um sistema de comércio multilateral centrado na Organização
Mundial do Comércio (OMC) e baseado em regras.
Katainen afirmou que as questões
comerciais foram amplamente abordadas durante a reunião, mas recordou que
"é preciso fazer mais do que falar".
"É preciso demonstrar que o
atual sistema comercial é justo e beneficia ambas as partes", afirmou.
Katainen aludiu às diferenças
comerciais que a UE mantém com a China, incluindo a dificuldade no acesso ao
mercado chinês por parte de empresas e produtos europeus, ou as preocupações
geradas pelo programa "Made in China 2025".
A iniciativa de Pequim inclui a
atribuição de subsídios a empresas chinesas de alta tecnologia, visando
transformar o país numa potência tecnológica, capaz de competir nos setores de
alto valor agregado, e é também a principal fonte de tensões entre a China e os
EUA.
JPI // FPA
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