Díli, 03 jul (Lusa) - O
primeiro-ministro timorense disse hoje que apesar do diálogo com o Presidente
continua a não haver solução para a tomada de posse de 11 membros do executivo,
mantendo-se esperançado numa solução em breve.
"Continuamos a falar sobre a
lista e ainda não temos solução (...). Continuamos em diálogo na procura de uma
solução definitiva", disse hoje Taur Matan Ruak depois de uma nova reunião
com o Presidente timorense, Francisco Guterres Lu-Olo.
O primeiro-ministro admite que o
atraso na tomada de posse dos 11 membros - incluindo elementos-chave do
executivo - está "de certa forma a afetar o executivo".
"Quanto mais cedo for a
tomada de posse melhor. O Estado está a funcionar com duodécimos e agora já não
há dinheiro. Precisamos de programa, orçamento 2018 e 2019, orgânica do
Governo. Muito para fazer", disse.
Durante a reunião de hoje, Taur
Matan Ruak entregou a Francisco Guterres Lu-Olo um documento aprovado numa
reunião do Governo a aprovar o pedido de exoneração do brigadeiro-general
Filomeno Paixão de Jesus do cargo de vice-chefe do Estado Maior das Forças Armadas,
antes de poder ocupar o cargo de ministro da Defesa.
"Entreguei hoje o documento
ao senhor Presidente da República para continuar a avançar neste processo. O
Conselho Superior de Defesa e Segurança pode reunir-se e tomar a decisão final
para concluir o processo", explicou.
Recorde-se que o VIII Governo
começou a trabalhar quando ainda não estava completo e depois do Presidente não
ter dado posse a 11 dos 41 membros propostos por Taur Matan Ruak.
Entre os nomes excluídos
contam-se elementos centrais dos partidos da AMP e do organigrama do executivo,
incluindo o ministro de Estado e Coordenador dos Assuntos Económicos e o
ministro das Finanças.
A decisão de Lu-Olo levou Xanana
Gusmão, líder da AMP, a informar que não tomava posse como ministro de Estado e
Conselheiro do primeiro-ministro, tendo estado também ausente da cerimónia o
ministro do Petróleo e Minerais, Alfredo Pires.
Desde então e a par de reuniões
formais do Conselho de Ministros, fontes da AMP explicaram que "todos os
membros do executivo", tanto os que já tomaram posse como os restantes,
têm estado reunidos a preparar o arranque do executivo.
Em entrevista à Lusa na
quinta-feira, o Presidente de Timor-Leste insistiu que é essencial que a AMP e,
"principalmente, o senhor primeiro-ministro, ponderem a escolha desses
elementos".
"Devo dizer muito claramente
que dessas pessoas que foram escolhidas para se integrarem no elenco
governamental, algumas das pessoas foram já acusadas definitivamente pelos
órgãos judiciais", afirmou.
"Simplesmente chamei a
atenção ao senhor primeiro-ministro, para ponderar a escolha desses elementos
para se integrar no Governo", insistiu.
Admitindo que possa haver um
impasse, se os partidos do Governo mantiverem a lista proposta, Lu-Olo recordou
"experiências do passado" em que "alguns membros [do Governo]
foram acusados definitivamente pelos tribunais e não cooperam, e escudaram-se
atrás da imunidade".
"Isso não pode ser. O senhor
primeiro-ministro tem que ponderar bem as coisas. Ele disse isso várias vezes:
que não aceita pessoas envolvidas com a corrupção para estarem no Governo.
Disse isso na altura", afirmou Lu-Olo.
ASP // JMC
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