quinta-feira, 18 de outubro de 2018

Parlamento Nacional timorense debate hoje o seu orçamento para 2019


Díli, 18 out (Lusa) - O Parlamento Nacional timorense debate hoje, num plenário extraordinário, o seu orçamento para 2019, que prevê gastos de 17,2 milhões de dólares, um aumento de 65% face a este ano, mas um valor próximo do de 2017.

Deste valor, as despesas recorrentes ascendem a 13,9 milhões de dólares, representando 81% da dotação total, com salários e vencimentos a custarem 5,28 milhões de dólares, mais 194 mil que em 2018, segundo os documentos parlamentares.

As despesas de bens e serviços - que sobem 3,27 milhões de dólares para 7,66 milhões - representam 45% do orçamento que destina 18% (3,1 milhões) a capital menor.

O valor total de subvenções para as bancadas parlamentares sobe 14 mil dólares para 944 mil dólares.

De referir que o orçamento de 2017 tinha previsto um orçamento de 17,7 milhões, o de 2018 apenas 10,4 milhões (não houve inscritas despesas com capital menor) e o de 2019 tem um teto de gasto de 17,19 milhões.

No plenário estará em análise e debate o relatório e parecer da Comissão C, de Finanças Públicas, que analisou esta semana a proposta orçamental.

O relatório baseia-se, entre outra informação, na análise do projeto de resolução orçamental, no plano de ação do parlamento para 2019 e no relatório de execução orçamental em 2018, bem como em audições públicas conduzidas esta semana.

O documento nota que a proposta para 2019 "contempla uma redução significativa nos salários dos assessores internacionais e a previsão da abertura de processos de recrutamento para todas estas posições".

Define "um novo teto salarial para as assessorias nacionais e ainda uma escala de valores que varia em função das habilitações académicas e experiência relevante nas áreas de especialidade a recrutar".

Propõe, também, alterações ao sistema de visitas ao estrangeiro para reduzir custos.

O relatório confirma ainda os valores sobre a execução orçamento do parlamento nos primeiros nove meses de 2018 - período em que se aplicou o regime de duodécimos -, com as despesas a ascenderem a 6,17 milhões de dólares (58,4% do total de dotações temporárias).

O componente de bens e serviços foi o que registou o menor grau de execução - apenas 38,5%, segundo o relatório.

Este foi um período, nota o relatório, em que o regime duodecimal criou "constrangimentos adicionais à execução orçamental do PN, devido às fortes restrições impostas pelo Governo para a gestão das dotações mensais temporárias".

Uma situação que deveria ter mudado, já que o país tem orçamento desde o início do mês de outubro, mas que continua por resolver, segundo nota o documento.

"Seria previsível que o ritmo de execução orçamental do PN acelerasse razoavelmente nos três últimos meses deste ano, mas a Comissão C tomou conhecimento que o sistema Free Balance (GRP) [de pagamentos do Estado] raramente tem sido aberto pelo Ministério das Finanças para permitir o processamento e o pagamento de despesas, pelo que os constrangimentos à execução orçamental ainda persistem", considera.

Entre as recomendações o relatório e parecer da Comissão C deixa várias advertências, destacando o facto de a proposta orçamental "voltar a não acautelar as verbas necessárias para o pagamento das contribuições obrigatórias que são da responsabilidade do Parlamento Nacional na qualidade de entidade patronal, para o Sistema Contributivo da Segurança Social".

A comissão pede atenção à implementação do protocolo de colaboração com a União Europeia, que "poderá contribuir para resolver grande parte das necessidades de contratação de assessores internacionais"

Como exemplo de "boa gestão de recursos públicos", a comissão defende a eliminação das habituais ofertas de Natal aos colaboradores e pede atualizações urgentes do sítio do parlamento na Internet, onde está desatualizado a informação sobre o processo legislativo.

ASP // FST

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