Díli, 18 out (Lusa) - O reitor da
Universidade Nacional Timor Lorosa'e (UNTL) anunciou hoje um conjunto de
programas para reforço da formação de professores em português, com uma nova
licenciatura e mestrado, e a ampliação do programa de apoio do Instituto
Camões.
Intervindo na abertura das 3as
jornadas Pedagógicas do Centro de Língua Portuguesa da UNTL, Francisco Martins
anunciou que em 2019 arranca a primeira licenciatura de formação de professores
em educação pré-escolar, "integralmente lecionado em língua
portuguesa", em colaboração com a Universidade do Minho.
Também em 2019 começa um novo
programa de mestrado de ensino em língua portuguesa, em colaboração com a
Universidade do Porto.
Programas, disse Francisco
Martins, que se inserem nos esforços da UNTL em "apostar de forma
inequívoca no ensino e produção de conhecimento científico em língua
portuguesa".
Nesse sentido, anunciou ainda um
reforço do programa de apoio a esta iniciativa dado por Portugal, através do
Instituto Camões e pelo Brasil, através da rede Brasil Cultural.
Finalmente, entre as novas
iniciativas, Martins anunciou ainda o "ambicioso projeto" de
desenvolvimento da Casa da Lusofonia, "não só para alavancar o ensino da
língua portuguesa em Timor-Leste, como também transformar a UNTL num centro de
referência para o ensino do português na região.
O reitor recordou que cabe à
geração atual de timorenses dar o seu "contributo decisivo para a
construção do país".
Nesse sentido, vincou, tanto a
comunidade académica como a comunidade em geral, devem mobilizar o seu
interesse no uso e aprendizagem do português, como elemento na
"consolidação da identidade nacional e desenvolvimento enquanto Estado
verdadeiramente livre e independente".
A própria UNTL, disse, quer
reforçar a sua ação nesta matéria, continuando a implementar a política de ter
a língua portuguesa "como língua de instrução em todas a faculdades e
departamentos", com exceção do ensino do tétum e inglês.
Um processo que se seguiu ao
"fase in" do português e "fase out" do indonésio - entre
2000 e 2012 - e que Martins admite tem encontrado "grande
resistência", tanto de professores como alunos.
"Mas não nos podemos render.
Temos que resistir e implementar esta política institucional de língua
portuguesa como língua de instrução", disse.
O programa das jornadas integra
painéis temáticos sobre Didática, Linguística e Literatura e Cultura, mas
também mesas-redondas sobre o português "enquanto elemento de identidade
cultural e enquanto veículo de transmissão de conhecimentos, as vantagens
pessoais e profissionais de dominar a língua portuguesa e o papel das línguas
maternas em Timor-Leste", explicou.
Promovidas pelo Centro de Língua
Portuguesa da Universidade Nacional Timor Lorosa'e (UNTL) as jornadas decorrem
até sexta-feira no Auditório da Faculdade de Educação Artes e Humanidades
daquele centro educativo.
ASP // FST
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