segunda-feira, 19 de novembro de 2018

Presidente timorense defende combate ao desemprego que força emigração de jovens


Díli, 19 nov (Lusa) - O Presidente timorense defendeu hoje mais esforço conjunto da sociedade civil e do Governo para implementar medidas que ajudem a reduzir o desemprego, incluindo através do apoio à inovação e empreendedorismo, para reduzir a emigração de jovens.

"Hoje vemos que milhares de jovens deixam o país. Apesar do seu contributo inestimável para o desenvolvimento com o dinheiro que enviam às suas famílias em Timor-Leste, esta situação obriga-nos a reconhecer que estamos perante um grande problema: o problema do desemprego", afirmou Francisco Guterres Lu-Olo.

"Este problema afeta significativamente a maioria da nossa população, constituída por jovens com idade até aos 35 anos", recordou.

Francisco Guterres Lu-Olo falava na abertura do encontro anual do Fórum das Organizações Não-Governamentais de Timor-Leste (FONGTIL), que começou hoje em Díli e que reúne representantes de quase 350 organizações.

Referindo-se à situação de precariedade de muitos jovens, Lu-Olo defendeu mais iniciativas que ajudem a encontrar alternativas para promover o emprego, com a iniciativa "Knua Juventude Fila Liman", que "funciona como um centro de juventude integrado, focado na inovação e empreendedorismo" e que já apoiou 400 jovens, muitos dos quais "montaram já o seu negócio".

"As organizações da sociedade civil podem mobilizar outros jovens a participarem em formações em desenvolvimento de negócios. Ao criarem o seu próprio emprego, os jovens estão a desenvolver a sua capacidade de gerar novos produtos e obter rendimento para sustentarem a sua vida e a das suas famílias", disse.

"Através do empreendedorismo, alguns países conseguiram reduzir o desemprego. Nós, os timorenses, também podemos enveredar por este caminho", defendeu.

O encontro que hoje começa, sublinhou, é uma oportunidade para "assegurar a transparência e a responsabilidade" da FONGTIL mas, ao mesmo tempo, serve para "partilha de ideias construtivas e de tomada de decisão" sobre futuras ações de cooperação institucional.

"Estou convicto de que o encontro geral deste ano irá reforçar a parceria construtiva entre a sociedade civil e o Estado, particularmente com o Governo de Timor-Leste.

"Tenho conhecimento dos vários êxitos alcançados pelas organizações da sociedade civil, apesar dos desafios e dificuldades, nomeadamente a nível orçamental. Reconheço assim que a vossa vontade, dedicação e coragem de contribuir para este país são inabaláveis", disse.

Lu-Olo relembrou os papeis centrais de sensibilização, empoderamento e fiscalização das ONG, com os quais se comprometeu a colaborar, mantendo "diálogo permanente com a sociedade civil e o povo".

Apesar dessa colaboração, no passado, é necessário fortalecer a capacidade de "fiscalização através da critica construtiva", com as organizações não-governamentais a colaborarem com o Governo "no sentido de melhorar e garantir a qualidade dos serviços públicos".

"Como parceiro do Governo e do Estado, a sociedade civil deu o seu contributo, promovendo e reforçando a justiça social, reduzindo a desigualdade social e, por conseguinte, mitigando a pobreza e a miséria em Timor-Leste", disse.

"Peço às organizações da sociedade civil que continuem a cooperar com o Governo de Timor-Leste para conferir ao Povo o poder de controlo social e apoiar o programa de boa governação. Estou convicto de que as organizações da sociedade civil continuarão a implementar os seus programas em todos os municípios", acrescentou.

ASP // FST

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