Díli, 19 nov (Lusa) - O
Presidente timorense defendeu hoje mais esforço conjunto da sociedade civil e
do Governo para implementar medidas que ajudem a reduzir o desemprego,
incluindo através do apoio à inovação e empreendedorismo, para reduzir a
emigração de jovens.
"Hoje vemos que milhares de
jovens deixam o país. Apesar do seu contributo inestimável para o
desenvolvimento com o dinheiro que enviam às suas famílias em Timor-Leste, esta
situação obriga-nos a reconhecer que estamos perante um grande problema: o
problema do desemprego", afirmou Francisco Guterres Lu-Olo.
"Este problema afeta
significativamente a maioria da nossa população, constituída por jovens com
idade até aos 35 anos", recordou.
Francisco Guterres Lu-Olo falava
na abertura do encontro anual do Fórum das Organizações Não-Governamentais de
Timor-Leste (FONGTIL), que começou hoje em Díli e que reúne representantes de
quase 350 organizações.
Referindo-se à situação de
precariedade de muitos jovens, Lu-Olo defendeu mais iniciativas que ajudem a
encontrar alternativas para promover o emprego, com a iniciativa "Knua
Juventude Fila Liman", que "funciona como um centro de juventude
integrado, focado na inovação e empreendedorismo" e que já apoiou 400
jovens, muitos dos quais "montaram já o seu negócio".
"As organizações da
sociedade civil podem mobilizar outros jovens a participarem em formações em
desenvolvimento de negócios. Ao criarem o seu próprio emprego, os jovens estão
a desenvolver a sua capacidade de gerar novos produtos e obter rendimento para
sustentarem a sua vida e a das suas famílias", disse.
"Através do
empreendedorismo, alguns países conseguiram reduzir o desemprego. Nós, os
timorenses, também podemos enveredar por este caminho", defendeu.
O encontro que hoje começa,
sublinhou, é uma oportunidade para "assegurar a transparência e a
responsabilidade" da FONGTIL mas, ao mesmo tempo, serve para
"partilha de ideias construtivas e de tomada de decisão" sobre
futuras ações de cooperação institucional.
"Estou convicto de que o
encontro geral deste ano irá reforçar a parceria construtiva entre a sociedade
civil e o Estado, particularmente com o Governo de Timor-Leste.
"Tenho conhecimento dos
vários êxitos alcançados pelas organizações da sociedade civil, apesar dos
desafios e dificuldades, nomeadamente a nível orçamental. Reconheço assim que a
vossa vontade, dedicação e coragem de contribuir para este país são inabaláveis",
disse.
Lu-Olo relembrou os papeis
centrais de sensibilização, empoderamento e fiscalização das ONG, com os quais
se comprometeu a colaborar, mantendo "diálogo permanente com a sociedade
civil e o povo".
Apesar dessa colaboração, no
passado, é necessário fortalecer a capacidade de "fiscalização através da
critica construtiva", com as organizações não-governamentais a colaborarem
com o Governo "no sentido de melhorar e garantir a qualidade dos serviços
públicos".
"Como parceiro do Governo e
do Estado, a sociedade civil deu o seu contributo, promovendo e reforçando a
justiça social, reduzindo a desigualdade social e, por conseguinte, mitigando a
pobreza e a miséria em Timor-Leste", disse.
"Peço às organizações da
sociedade civil que continuem a cooperar com o Governo de Timor-Leste para
conferir ao Povo o poder de controlo social e apoiar o programa de boa
governação. Estou convicto de que as organizações da sociedade civil
continuarão a implementar os seus programas em todos os municípios",
acrescentou.
ASP // FST
Sem comentários:
Enviar um comentário