Cilacap,
Indonésia, 30 abr (Lusa) - O brasileiro que foi executado na Indonésia, um
homem que sofria de doenças mentais, não estava consciente do que ia acontecer
no momento em que enfrentou o pelotão de fuzilamento, segundo o seu advogado e
um padre.
Condenado
à morte por tráfico de droga, Rodrigo Gularte, de 42 anos, foi executado
juntamente com outros seis estrangeiros na quarta-feira, apesar dos apelos da
sua família, que indicou que sofria de esquizofrenia paranóide.
"Tinha
uma mente delirante", disse à AFP o seu advogado Ricky Gunawan, explicando
que o brasileiro não foi capaz de compreender a realidade quando recebeu o
aviso de que a sua execução seria dentro de 72 horas.
"Quando
lhe dissemos que a condenação à morte ia ser concretizada, ele perguntou: Que
condenação à morte? Eu não fui condenado à morte'", relatou.
"Não
estou certo se ele compreendeu a 100% que seria executado", disse,
acrescentando que Gularte estava irredutível na ideia de que a água na prisão
estava envenenada.
O
advogado conta que quando perguntou a Gularte quais eram os seus últimos
pedidos, o brasileiro respondeu com brincadeiras.
"Só
se ria. Perguntou-me: É como na lâmpada do Aladino, em que podemos pedir três
desejos?'", declarou.
Gularte
foi detido em 2004 quando tentava entrar na Indonésia com seis quilos de
cocaína.
O
padre irlandês Charlie Burrows, que acompanhou Gularte nos seus últimos dias,
disse que o brasileiro estava confuso sobre o que se passava à medida que os
guardas prisionais e a polícia o preparavam para a morte.
O
padre explicou que Gularte ouvia vozes com frequência: "Toda a gente
estava há dias a ser preparada e toda a gente sabia que ia haver uma execução.
Mas como ele ouvia estas vozes, calculava que as vozes lhe diziam: 'Não, tudo
vai correr bem', e acreditava nas vozes mais do que em qualquer pessoa".
ISG
// JPS
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