Díli,
30 abr (Lusa) - O ministro da Justiça de Timor-Leste destacou hoje os
progressos que estão a ser feitos no processo de cadastro de terras e
propriedades no país, recordando que o projeto luso-timorense é
"essencial" para o desenvolvimento económico do país.
"O
trabalho está a correr bem. Estamos a chegar a mais municípios e em maio vamos
lançar o município de Manufahi", disse, à agência Lusa, Ivo Valente.
"O
processo de levantamento do cadastro está a ser feito de forma contínua e os
objetivos estão a ser cumpridos", afirmou.
Ivo
Valente referia-se ao projeto do Sistema Nacional de Cadastro, um dos pilares
do novo quadro de terras e propriedades de Timor-Leste e que está a ser
desenvolvido por um consórcio luso-timorense.
"É
um projeto base para que no futuro possamos atribuir o direito da propriedade.
É muito importante e estruturante para Timor-Leste", afirmou.
"Queremos
identificar parcelas dos nossos cidadãos, ter uma base de dados de cadastro e
poder, no futuro, reconhecer os direitos dos cidadãos e avaliar adequadamente
os bens imóveis", frisou.
Essencial
para a aprovação e implementação da Lei de Terras e Propriedades - destacada
como uma das mais importantes pelo novo primeiro-ministro, Rui Maria Araújo,
durante o discurso de tomada de posse em fevereiro - o cadastro começou a ser
realizado em 2014.
"É
fundamental para o investimento, seja interno, seja externo, conseguirmos
legislar sobre esta área sob pena de não podermos concretizar os projetos
essenciais à criação de emprego", disse, na altura, o chefe do Governo.
Recorde-se
que o projeto do SNC alcançou já 11 dos 13 municípios de Timor-Leste que
deverão ser abrangidos na totalidade até final de maio.
Os
dois últimos, Viqueque e Manufahi, serão lançados respetivamente a 12 e 19 de
maio.
Fonte
do SNC disse à Lusa que já estão registadas na base de dados do SNC cerca de 28
mil parcelas.
Com
uma equipa de mais de 200 funcionários - 180 timorenses e cerca de 20
portugueses - o projeto foi lançado em julho de 2014 e é um dos maiores
projetos luso-timorenses de sempre.
Engloba
as aplicações informáticas, a arquitetura tecnológica e de comunicações, os
recursos humanos e os procedimentos para colocar em funcionamento "um
serviço permanente de levantamento, registo e gestão da informação
cadastral", disse Rui Rasquilho.
O
projeto envolveu, entre outros aspetos, a recuperação da rede geodésica do país
e voos de aquisição de imagem aérea com a cobertura total do território.
Central
ao projeto é uma tecnologia desenvolvida pela empresa portuguesa, a ARMGeo, uma
solução de "gestão da informação cadastral, que permite apoiar o
levantamento, registo e gestão de toda a informação cadastral", explicou
Rasquilho.
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// JCS
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