terça-feira, 16 de junho de 2015

Componente naval timorense deve ter doutrina de guarda costeira - especialista


Díli, 16 jun (Lusa) - Timor-Leste deve adotar uma postura "realista" sobre o futuro da componente naval das suas forças de defesa, baseando-se numa doutrina de guarda costeira, fundamentalmente para combater a pesca ilegal, disse um especialista timorense.

"A nossa componente naval deve ter uma doutrina de guarda costeira, com cada vez mais coordenação entre a polícia marítima e o componente naval", afirmou Loro Horta, atual conselheiro da embaixada de Timor-Leste em Pequim.

"Isso não significa que defendo a criação da guarda costeira, de mais uma polícia. Mas tem que haver consolidação. E a doutrina é mais de guarda costeira, de lidar com pesca ilegal, com contrabando", considerou.

Horta, que é também e consultor do Centro Regional das Nações Unidas para a Diplomacia Preventiva na Ásia Central (UNRCCA), falava numa palestra organizada pelo Instituto de Defesa Nacional (IDN) em Díli e subordinada ao tema "estratégias marítimas na Ásia".

"Os recursos de Timor-Leste são limitados e nunca teremos meios para patrulhar constantemente a nossa costa", disse Loro Horta, defendendo cooperação regional.

"Temos que ser realistas com a estratégia que escolhermos, e que se adapte aos nossos meios", considerou ainda.

Para o diretor do IDN, o capitão-de-Mar-e-Guerra Pedro Klamar Fuik (Donanciano Gomes), Timor-Leste insistiu que é importante que o Estado timorense defina uma estratégia clara para o seu mar.

"É importante que se diversifique e se encontre formas para manter a sustentabilidade como nação. E a pesca é uma das áreas vitais", afirmou.

Segundo afirmou, dados do Banco Mundial sugerem que, anualmente, Timor-Leste perde 40 milhões de dólares com pesca ilegal, algo que confirma a dimensão do problema.

"Temos que ter estratégias, decisões do que queremos fazer do nosso mar e de meios para definir melhor o que fazer", afirmou.

Sem investimentos "megalómanos" e "elefantes brancos", defendeu Loro Horta, Timor-Leste deve apostar em infraestruturas adequadas para a sua estratégia marítima, incluindo portos e frota pesqueira.

ASP // JPS

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