Lisboa,
15 jun (Lusa) -- A Justiça de Timor-Leste está a fazer tudo o que é possível
para concluir o processo judicial do português Tiago Guerra, que está em prisão
preventiva desde outubro de 2014, disse hoje o ministro timorense Agio Pereira.
"Sabemos
que o nosso setor de Justiça, sobretudo no âmbito da Procuradoria-Geral da
República, está a fazer tudo, dentro do possível, para poder concluir este
processo", declarou à Lusa Agio Pereira, ministro de Estado e da
Presidência do Conselho de Ministro de Timor-Leste.
O
ministro timorense fez estas declarações à margem da "Conferência
Portugal/Timor-Leste", que decorreu hoje, na Assembleia da República, em
Lisboa.
O
português Tiago Guerra, suspeito do crime de branqueamento de capitais, foi
detido em Díli, juntamente com a mulher, a 18 de outubro de 2014.
Guerra
está em prisão preventiva - que foi renovada por mais seis meses em abril - sem
acusação formal e a sua mulher, Chan Fong Fong Guerra, está com Termo de
Identidade e Residência (TIR), impossibilitada de sair de Timor-Leste.
A
lei timorense prevê que a prisão preventiva possa ser aplicada durante um ano e
meio renovável, em casos de grande complexidade, por mais um ano.
"Este
(processo) está no âmbito processual da justiça. Já conversei com os seus pais
(de Tiago Guerra) aqui (na conferência em Lisboa). Todos nós somos humanos,
sentimos a sensibilidade de como questões processuais afetam famílias",
sublinhou Agio Pereira.
"Não
é prazer nenhum para o nosso Estado manter pessoas na prisão sem justificação e
esperemos que este processo de investigação seja concluído o mais rápido
possível", sublinhou ainda o ministro timorense.
Oficialmente,
e como disse recentemente à Lusa o procurador-geral timorense, José Ximenes,
Tiago Guerra é suspeito do crime de branqueamento de capitais com "factos
que aconteceram em vários países", explicando que foram enviadas cartas
rogatórias com pedidos de informação para Portugal e para Macau.
Carlos
Guerra, pai de Tiago Guerra, disse em recente entrevista à Lusa estar incrédulo
com a detenção do filho e com os contornos de um processo que deixou a família
"destroçada".
O
caso de Tiago Guerra, que está preso na cadeia de Becora, em Díli, está a
suscitar uma ampla campanha de solidariedade dentro e fora das redes sociais
com muitos a escreverem diretamente às autoridades timorenses a pedirem a sua
intervenção.
CSR
(ASP) // EL
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