Macau,
China, 18 jun (Lusa) -- O administrador do Instituto de Engenharia de Sistemas
e Computadores - Tecnologia e Ciência (INESCTEC), Vladimiro Miranda, disse hoje
que Macau tem "muito a fazer" no domínio da eficiência energética e
que as redes inteligentes são parte da solução.
"O
Governo de Macau pode, se quiser, definir uma política energética para Macau,
que beneficiará das tecnologias das redes inteligentes, mas a política não se
esgota nestas redes, é uma política energética geral", afirmou o também
professor catedrático da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto.
Vladimiro
Miranda falava à agência Lusa à margem de um seminário realizado na
Universidade de Macau, integrado na Semana da Conservação Energética 2015.
O
académico considerou que é preciso atuar na racionalização do consumo de
energia em Macau, nomeadamente ao nível dos transportes e edifícios, incluindo
casinos, hotéis e serviços, que são os maiores consumidores.
"Há
medidas que têm a ver com normas de construção e regulamentos (de eficiência,
certificação e conservação energética de edifícios) e há medidas que têm a ver
com controlos inteligentes de rede", afirmou.
"Está
muito por fazer. Penso que o Governo de Macau está consciente de que precisa de
criar um novo sistema de estímulo à eficiência energética na cidade, e aí a
rede inteligente é parte do processo de solução", sublinhou.
Nesse
âmbito, deu o exemplo de resultados atingidos em Portugal, na cidade de Évora,
com "economias entre 5% e 24% de consumos de energia para clientes de
diferentes tipologias com o uso das redes inteligentes".
Vladimiro
Miranda observou ainda o potencial da energia fotovoltaica em Macau, defendendo
que embora atualmente tenha uma penetração reduzida no território, vai registar
uma "expansão inevitável".
"O
fotovoltaico vai alastrar porque está a ficar baratíssimo. E a culpada, no bom
sentido, é a China, que é o maior fabricante de painéis solares do mundo e tem
um programa de instalação massiva no país. Quando a escala aumenta, o preço
cai, e foi isso que aconteceu nos últimos anos", afirmou.
Por
outro lado, considerou que "Macau não está preparado" para os
desafios da energia solar: "Meia dúzia de painéis solares na cidade não
causa nenhum problema, mas se o fenómeno alastra sem serem dados sinais claros
de que é precisa outra estrutura de gestão técnica pode criar problemas à rede
em vez de os resolver".
"A
rede inteligente vai combinar o fotovoltaico com o armazenamento, por exemplo,
em baterias (...) e usá-la nas horas em que se a energia fosse comprada à China
Continental seria mais cara", sustentou.
No
seminário, o coordenador do Gabinete para o Desenvolvimento do Setor
Energético, Arnaldo Santos, também enalteceu as mais-valias da rede
inteligente, "uma rede elétrica modernizada, que usa as tecnologias de
informação e comunicação para transmitir e distribuir bidireccionalmente a
eletricidade de uma forma mais eficiente e fiável".
"A
posição de Macau como centro mundial de turismo e lazer exige uma rede elétrica
moderna e a rede inteligente é o caminho a tomar", referiu.
FV
// VM
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