Lisboa,
01 jan (Lusa) - Em Timor-Leste, "a difusão, o uso e a implantação da
língua portuguesa" são uma prioridade face à aplicação do Acordo Ortográfico,
afirmou Marisa Mendonça, diretora-executiva do Instituto Internacional da
Língua Portuguesa (IILP), em declarações à agência Lusa.
"Por
aquilo a que tenho assistido e por aquilo que tem sido a mensagem das
autoridades, Timor-Leste está muito mais preocupado na difusão, no uso e na
implantação da língua portuguesa em si do que em pensar, neste momento, se
adota ou não o Acordo Ortográfico", disse a responsável.
O
país "não é, de forma alguma, contra a implementação do Acordo, mas aquilo
a que assistimos em Timor-Leste é ainda a uma fraca implantação e a um fraco
uso da língua portuguesa a nível nacional", complementou Marisa Mendonça.
Segundo
a diretora-executiva do IILP, "os timorenses utilizam muito as suas
línguas nacionais, principalmente o tétum", pelo que o país - que preside
atualmente à Comunidade dos Países de Língua Portuguesa - está num estágio
muito próprio da implementação do acordo.
Marisa
Mendonça, que prevê deslocar-se ao território "mais do que uma vez no
primeiro semestre de 2016, sendo a primeira logo no início do ano",
assegurou à Lusa que a aplicação do Acordo é "um dos temas" sobre os
quais "irá trabalhar com as autoridades locais".
A
10 de maio de 2015, Benjamim Corte-Real, diretor-geral do Instituto Nacional de
Linguística (INL) da Universidade Nacional de Timor Lorosae (UNTL), disse à
Lusa que a aplicação do Acordo Ortográfico em Timor-Leste ainda era prematura,
pois "a grande prioridade é a disseminação da língua em si e não se é a
antiga ou a nova".
À
data, Corte-Real considerou que, em Timor-Leste, os debates relacionados com o
Acordo continuavam distantes, apesar de o INL estar a trabalhar no sentido da
sua implementação.
"Na
comissão nacional do Instituto Internacional da Língua Portuguesa, trabalhamos
já em perfeita sintonia com o AO, embora alguns membros não tenham o domínio
perfeito", afirmou.
Timor-Leste,
que aderiu ao Acordo em 2004, ratificou-o em 2009 mediante três resoluções do
Parlamento Nacional: a 14/2009, que aprova a adesão, a 18/2009, que aprova o
segundo protocolo modificativo, e a 19/2009, que aprova o protocolo
modificativo.
HSF
(ASP) //
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