A
Polícia Judiciária da Guiné-Bissau deteve dois guineenses suspeitos de
cumplicidade na fuga de um 'jihadista' da Mauritânia, enquanto outros dois
foram apanhados na Guiné-Conacri, disse à agência Lusa fonte daquela força de
segurança.
Saleck
Ould Cheikh foi condenado à morte na Mauritânia, em 2011, por "atos
terroristas", depois de liderar uma operação da Al-Qaida do Magrebe
Islâmico (AQMI) para tentar matar o presidente Mohamed Ould Abdel Aziz com um
carro-bomba.
A
31 de dezembro escapou de uma prisão de Nouakchott, capital da Mauritânia, e
acabaria por ser detido na terça-feira na Guiné-Conacri, poucos quilómetros
depois de sair de território sob jurisdição de Bissau.
Por
forma a compreender as implicações do caso, a PJ tem detidos e sob
interrogatório na sede, em Bissau, dois guineenses que terão acolhido o
fugitivo, disse à Lusa fonte daquela força de segurança.
Depois
da fuga da prisão, "recebemos indicação de que Saleck teria contactado
alguém no nosso país", acrescentou, informação que levou ao rastreamento
através de contactos telefónicos de um guineense de 25 anos, residente em
Bissau.
Este
alegado cúmplice foi detido no domingo e disse à PJ que queria apenas ajudar um
amigo que o contactou a pedir ajuda a partir do Senegal, explicando que tinha
escapado da prisão, na Mauritânia.
De
acordo com a mesma fonte, o guineense recebeu-o na fronteira de Pirada, no
leste da Guiné-Bissau, com o plano de o esconder longe da capital, onde Saleck
já tinha estado em 2010, ligado a atividades comerciais - a comunidade
mauritana tem uma forte presença no setor comercial de Bissau.
"Ele
queria evitar ser reconhecido pelos seus pares, que já estavam alertados pelas
autoridades da Mauritânia para a fuga", disse à Lusa fonte da PJ.
Entretanto,
o outro guineense também detido em Bissau, terá colaborado para esconder um
segundo mauritano, um homem que ajudou o fugitivo a evadir-se e que também o
acompanhava.
Na
terça-feira, os dois supostos cúmplices foram usados como isco numa operação da
PJ para atrair Saleck, mas este e o mauritano que o acompanhava puseram-se em
fuga rumo ao sul, com o apoio de outros dois guineenses.
Acabariam
por ser todos detidos depois de alvejarem um guarda fronteiriço da
Guiné-Conacri, após atravessarem a zona de Contabane.
Os
dois mauritanos foram extraditados para o país de origem, enquanto os dois
guineenses que os acompanhavam estão a ser interrogados em Conacri, onde também
se encontra uma missão da PJ de Bissau.
No
total, há quatro naturais da Guiné-Bissau a ser investigados no caso, referiu a
mesma fonte.
"Queremos
apurar o grau de ligação [entre eles] e o percurso de todos", concluiu.
LFO
// EL
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