Hong
Kong, China, 05 fev (Lusa) -- O cofundador do movimento Occupy Central em Hong
Kong defendeu que os partidos pró-democratas devem ter uma estratégia conjunta
para eleger metade dos deputados nas legislativas de setembro.
Benny
Tai, professor de Direito na Universidade de Hong Kong, disse que se todos os
grupos da oposição trabalharem em conjunto numa campanha coordenada, poderão ganhar
metade dos 70 lugares de deputados no Conselho Legislativo (LegCo) e acabar com
a maioria pró-Pequim.
Em
declarações à Rádio e Televisão Pública de Hong Kong (RTHK), na quinta-feira,
Benny Tai sublinhou que os candidatos do campo pan-democrata que participaram
nas eleições legislativas em 2012 obtiveram 57% dos votos.
"Todos
os partidos políticos e grupos devem fazer as suas contas e ponderar as suas
hipóteses de ganhar", afirmou, citado pelo jornal South China Morning
Post, Benny Tai, que cofundou o movimento de desobediência civil em 2013, que
esteve na origem dos protestos pró-democracia, mais tarde engrossados pelos
estudantes, que ocuparam várias zonas de Hong Kong durante mais de dois meses.
O
académico considerou que se os votos forem distribuídos de forma equitativa, o
campo pan-democrata tem "boas hipóteses" de ganhar 23 dos 35 lugares
eleitos diretamente.
Benny
Tai admitiu que o plano implicaria que alguns eleitores tivessem de votar em
alguém de que não gostam. Mas sublinhou que as pessoas devem identificar o
"inimigo comum" -- o campo pró-sistema -- e lutar pelo objetivo a
longo prazo da democracia.
Segundo
o jornal South China Morning Post, o deputado pelo Partido Democrata Sin
Chung-kai considerou a ideia de Benny Tai "difícil de implementar".
Para este deputado, os apoiantes do movimento que ocupou as ruas de Hong Kong
em 2014 e os partidos radicais dificilmente estarão dispostos a colaborar.
Por
sua vez, Chan Wai-yip, do partido People Power, considerou a ideia um
"pesadelo".
O
"professor Tai é bem-intencionado, mas ele não percebe de eleições",
considerou.
O
principal partido pró-Pequim, Aliança Democrática para a Melhoria e Progresso
de Hong Kong (DAB), foi o grande vencedor das eleições para o Conselho
Legislativo em 2012, ao eleger 13 deputados.
Ainda
assim, os pró-democratas mantiveram o poder de veto em Hong Kong, depois de
conquistarem 27 dos 70 lugares do hemiciclo, contra 43 dos partidos pró-Pequim.
As
eleições de 2012 para o Conselho Legislativo tiveram um número recorde de 40
lugares eleitos diretamente pelos cerca de 3,4 milhões de eleitores de Hong
Kong, entre uma população total de cerca de sete milhões.
Estes
40 lugares incluem os 35 eleitos nos círculos geográficos e outros cinco --
designados 'superassentos' -- nos círculos dedicados aos setores corporativos
tradicionais, incluindo os negócios, indústria e comércio e educação, entre
outros.
FV
// MP
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