Washington,
08 mar (Lusa) - Timor-Leste é cada vez mais usado pelas redes internacionais de
tráfico de droga como uma zona de transbordo, problema que o Governo timorense
começa agora a tentar abordar, conclui o Departamento de Estado
Norte-Americano.
No
seu relatório de 2016 sobre a Estratégia Internacional de Controlo aos
Narcóticos, o Departamento de Estado dedica um capítulo de três páginas ao caso
de Timor-Leste, país que "continua a ser um mercado menor para as drogas
ilícitas".
Apesar
disso, escreve o Departamento de Estado, "as redes internacionais de
tráfico parecem estar a explorar progressivamente o país como zona de
transbordo".
As
autoridades timorenses e os observadores internacionais, esclarece o relatório,
acreditam que os traficantes estão a aproveitar-se das fronteiras porosas de
Timor-Leste e da sua "insuficiente capacidade de aplicar a lei" para
transportar narcóticos ilegais através de Timor-Leste para a Indonésia e para
outras partes da região.
Segundo
fontes timorenses citadas no documento, as drogas que transitam por Timor-Leste
são quantidades desconhecidas de metanfetaminas, heroína, marijuana e cocaína.
"Timor-Leste
está só a começar a focar-se e a compreender bem a dimensão das questões do
tráfico. Há vontade política para combater as drogas, mas os quadros legal e de
investigação necessários para montar uma estratégia nacional eficaz de combate
ao tráfico de droga estão ainda a dar os primeiros passos", conclui o
Departamento de Estado.
No
mesmo relatório, a Guiné-Bissau é descrita como um centro de trânsito do
tráfico de cocaína da América do Sul para a Europa.
"A
falta de capacidade de aplicação da lei no país, a sua demonstrada
suscetibilidade à corrupção, as fronteiras porosas e a sua conveniente
localização fornecem um ambiente oportuno para os traficantes", escreve o
Departamento de Estado na página relativa à Guiné-Bissau.
O
Departamento de Estado acusa ainda o sistema político guineense de ser
"suscetível e estar sob influência de traficantes de droga" e escreve
que "a cumplicidade de responsáveis governativos a todos os níveis nesta
atividade criminosa inibe uma completa avaliação e resolução do problema".
O
relatório cita o gabinete das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC) para
dizer que o consumo de droga é um problema crescente na Guiné-Bissau, embora
ainda a um nível reduzido, mas sublinha que não há qualquer estudo sistemático
que permita avaliar a dimensão do problema.
Já
sobre Cabo Verde, o Departamento de Estado conclui que o país não é um produtor
significativo de narcóticos, mas refere que a sua localização estratégica no
Oceano Atlântico faz do arquipélago um centro de trânsito importante para o
tráfico de cocaína proveniente da América do Sul para a Europa.
O
relatório sublinha que "o governo cabo-verdiano tem tomado medidas para
responder ao tráfico de droga, que é visto pelos responsáveis governativos e
pelo público em geral como um problema sério".
O
relatório refere depois os setores em que a cooperação norte-americana tem
ajudado Cabo Verde a lidar com o narcotráfico, nomeadamente no combate à
lavagem de dinheiro, na luta contra o crime através da formação das forças
armadas e forças policiais de Cabo Verde, na assistência financeira e técnica à
unidade de investigação financeira do Ministério da Justiça ou na partilha de
informação sobre aplicação da lei.
FPA
// VM
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