Hong
Kong, China, 04 abr (China) -- O filme "Ten Years", sobre a antevisão
da próxima década de Hong Kong sob a influência chinesa, ganhou o prémio de
"melhor filme", no domingo, nos Hong Kong Film Awards, depois de ter
sido retirado dos cinemas.
O
filme foi um sucesso de bilheteira até ter sido retirado das salas de cinemas
da antiga colónia britânica por razões políticas, segundo vários observadores,
escreve a AFP.
Os
principais canais de televisão do interior da China recusaram transmitir a
cerimónia da entrega dos Hong Kong Film Awards, uma decisão que terá sido
motivada pela nomeação do filme "Ten Years" aos prémios.
Segundo
os termos da declaração sino-britânica de 1984, a passagem de Hong Kong para a
China em 1997 foi feita em troca de uma "elevada autonomia" e o
território tem garantidas, até 2047, liberdades não observadas na China.
Ng
Ka-leung, um dos realizadores do filme, disse à imprensa que não queria saber
da opinião de Pequim, e que apenas lhe interessa o que pensavam os cidadãos de
Hong Kong.
"Se
me perguntam o que é que Pequim pode pensar de nós, digo-lhes que isso não tem
verdadeiramente importância. O filme foi feito para as pessoas de Hong Kong.
(...) Queremos que as pessoas pensem sobre o futuro de Hong Kong".
Derek
Yee, presidente dos Hong Kong Film Awards, reconheceu que a nomeação do filme
gerou controvérsia.
O
filme, lançado em dezembro, é descrito como uma sátira sociopolítica. N ficção
passada em Hong Kong em 2025, uma mulher idosa imola-se pelo fogo em protesto,
um taxista desespera com a erosão da língua local (cantonense) e crianças andam
nas ruas vestidas com uniformes militares, a fazer lembrar a Revolução Cultural
chinesa.
O
filme foi realizado com um orçamento de meio milhão de dólares de Hong Kong
(cerca de 57.400 euros) e gerou seis milhões de dólares de Hong Kong (cerca de
693 mil euros) em receitas.
Depois
de ter sido retirado das salas de cinema de Hong Kong, o filme foi exibido em
cerca de 30 espaços públicos na cidade, esta sexta-feira.
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// FV.
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