Díli,
12 mai (Lusa) - Timor-Leste está disponível para continuar a presidir à CPLP se
o Brasil tiver de adiar a cimeira de chefes de Estado e de Governo prevista
para julho e na qual Díli passaria o testemunho a Brasília.
Fonte
da presidência timorense da CPLP disse à Lusa que, até ao momento, Díli não
recebeu qualquer comunicação do Brasil sobre a realização da cimeira da
Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP).
"Timor-Leste
está disponível para continuar a assumir em pleno a presidência rotativa [da
CPLP]", disse a mesma fonte em Díli.
Caso
o Brasil não realize a cimeira em julho, como está previsto e porque é nesse
encontro que a presidência se transfere, Timor-Leste continuará a manter a
presidência rotativa até que o encontro se realize.
A
cimeira de Brasília marca o 20.º aniversário da organização e coincide com a
mudança do secretário-executivo da CPLP.
No
início deste mês, o secretário-executivo da Comunidade dos Países de Língua
Portuguesa (CPLP) mostrou-se "preocupado" por o Brasil ainda não ter
marcado a data para a cimeira.
"Partilhámos
as nossas preocupações por os preparativos para a cimeira não terem sido ainda
iniciados porque não temos ainda o indicativo da data para a cimeira, e é
importante que se marque a data para iniciarmos o processo de preparação em
cadeia", disse Murade Murargy, em declarações à Lusa.
"A
situação no Brasil preocupa-nos porque não há ainda um clima de tranquilidade
para que possam sentar-se e pensarem na cimeira; o Governo e a Presidência
estão preocupados com a situação interna, mas do nosso lado estamos a aguardar
que o Brasil nos informe sobre as datas em que poderão acolher a cimeira",
acrescentou o secretário executivo da CPLP.
A
crise política e económica do Brasil é apenas um dos problemas que afetam vários
países desta organização, com destaque para a recessão económica na Guiné
Equatorial, o pedido de ajuda externa de Angola ao Fundo Monetário
Internacional e a crise da dívida em Moçambique.
Questionado
sobre se os problemas internos de cada país podem contribuir para um
afastamento do envolvimento na CPLP, Murargy rejeitou essa possibilidade,
explicando que deve acontecer exatamente o contrário.
"A
situação conjuntural que os nossos países atravessam não diminui em nada a
importância que a CPLP representa para os nossos países, eles sempre reafirmam
o interesse pela organização, que é uma organização de valores e de afetos, e
todos estão empenhados", disse o responsável.
"A
CPLP pode ajudar conjugando e discutindo as situações, sobre como podemos sair
do marasmo em que nos encontramos, com a amizade e a fraternidade que nos
caracteriza", concluiu.
Nas
próximas semanas Díli acolherá uma maratona de reuniões setoriais que deveriam
assinalar o fim da presidência timorense da CPLP.
ASP
(MBA) // MP
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