Macau,
China, 21 nov (Lusa) - Deputados de Macau alertaram hoje para o perigo de uma
"bolha de investimento" no imobiliário que faça disparar os preços,
pedindo medidas ao Governo que permitam o acesso à habitação por parte da
classe média.
Em
intervenções no plenário, vários deputados, todos eleitos por voto direto,
alertaram para a escassez de oferta de casas em Macau, para os preços altos e
para o efeito que pode ter o aumento de impostos em Hong Kong sobre a compra de
imóveis por estrangeiros e o controlo no acesso a crédito e compra de habitação
que está a ser adotado em províncias da China continental.
Estas
políticas de regiões vizinhas podem canalizar para Macau investimento externo
que disparará os preços do imobiliário, já considerado alto e um dos maiores
problemas para os locais. A isto se junta a escassez de oferta, numa região de
cerca de 30 quilómetros quadrados com poucos terrenos disponíveis para
construção, alertaram os deputados.
Atendendo
à "circulação livre de capitais" e aos preços dos imóveis
"incomportáveis para os bolsos dos residentes", Ho Ion Sang pediu
"medidas preventivas" imediatas, assim como que seja acelerada a
aprovação de projetos privados de construção, para aumentar a oferta.
Song
Pek kei afirmou que "há uma certa quantidade de casas públicas" em
Macau, mas além de não haver uma calendarização para a conclusão daquelas que
estão apenas em projeto, poucos têm acesso a estas habitações, por causa do
nível de rendimentos ou por haver pouca oferta para a procura, pelo que "o
rumo a seguir é o controlo do mercado de imóveis".
"O
Governo deve estabelecer medidas atempadas e eficazes para promover um
desenvolvimento paralelo entre o mercado privado e a oferta de casas
públicas", afirmou.
Também
Zheng Anting realçou que as promessas de mais habitação pública não têm
calendário e a sua construção "vai demorar para sempre", pedindo ao
Governo para "elaborar uma política habitacional abrangente" de curo,
médio e longo prazo. Considerou que "o mais importante é acelerar o
aproveitamento" de terrenos disponíveis para construção e que haja um
aumento da oferta do setor privado.
Também
José Pereira Coutinho referiu hoje por duas vezes no plenário o problema do
acesso á habitação em Macau, considerando que o Governo não se tem empenhado
numa solução " e aumenta o número de jovens que são obrigados a viver com
os pais e avós numa só casa".
Estas
foram intervenções feitas durante a ordem do dia no plenário, mas os deputados
voltaram à questão no debate do orçamento da região para 2017 que se seguiu.
Nesse
debate, o secretário da Economia, Lionel Leong, garantiu que o Governo está
atento à questão, que "vai continuar a observar as mudanças" e ver a
entrada de capital estrangeiro no mercado imobiliário, e que tomará medidas se
considerar necessário.
Dados
oficiais da semana passada mostram que o preço médio do metro quadrado das
casas em Macau aumentou mais de 1.100 euros num ano, atingindo 89.430 patacas
(9.288 euros) em outubro.
MP
(DM) // APN
Sem comentários:
Enviar um comentário