Lisboa,
18 nov (Lusa) -- Os países lusófonos vão ter, no próximo ano, um plano de
leitura, uma proposta do Instituto Internacional da Língua Portuguesa (IILP),
que pretende dar a conhecer a "riqueza literária" da comunidade,
anunciou hoje a diretora-executiva deste organismo da CPLP.
A
proposta do "plano de leitura CPLP" (Comunidade dos Países de Língua
Portuguesa) deverá ficar concluída no primeiro trimestre de 2017 e o projeto
deverá arrancar ainda no próximo ano, adiantou Marisa Mendonça, em declarações à
Lusa, à margem do congresso "Língua e Cultura Portuguesas -- Memória,
Inovação e Diversidade", organizado pela Universidade Lusófona.
Este
plano de leitura será "uma mais-valia incontornável" para os Países
Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP), "uma vez que não têm até
este momento um plano nacional de leitura" e, assim, será "uma
alternativa boa e mais alargada", referiu a responsável do IILP, no
encontro.
Já
para Portugal e Brasil, este plano assume-se como "uma alternativa mais
alargada e construída de uma forma comum", mas "sem querer
comprometer" os respetivos planos nacionais de leitura.
Esta
iniciativa do IILP pretende "responder a uma necessidade de um maior
conhecimento mútuo sobre aquilo que é a riqueza literária da comunidade"
lusófona, disse Marisa Mendonça, constatando que, "mesmo ao nível dos
Estados-membros, esse conhecimento ainda tem um nível muito baixo".
Outro
projeto que o instituto vai desenvolver no próximo ano é o das terminologias
científicas da língua portuguesa.
A
ideia, segundo a diretora-executiva, é recolher estudos terminológicos dos
Estados-membros, fazer uma sistematização dos resultados e depois a criação de
uma plataforma de bases terminológicas comuns para áreas específicas".
"Muitas
vezes pensamos por que é que o português não está nas Nações Unidas ou nas
grandes organizações. Ele já está em várias organizações, mas é importante
darmos consistência a esta entrada do português nas grandes organizações
através de uma base terminológica comum para evitarmos que tradutores e
intérpretes usem termos completamente diferenciados", explicou.
O
IILP, cuja importância foi reafirmada durante a cimeira da CPLP, que decorreu
nos dias 30 de outubro e 01 de novembro em Brasília, mantém, para o próximo
ano, o orçamento de 309 mil euros.
Marisa
Mendonça reconhece que seria importante ter um aumento do orçamento, mas
afirmou que o organismo "tem tentado fazer o máximo que pode",
utilizando os mesmos recursos para diferentes atividades, além de contar
"muitas vezes com apoios extraordinários dos Estados-membros" para
determinadas atividades.
JH
// PJA
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