Díli,
14 ago (Lusa) - A Fretilin espera ter concluído, até ao próximo fim de semana,
as negociações para a formação do próximo Governo, devendo deliberar igualmente
quem será o chefe do executivo, disse hoje o secretário-geral do partido.
A
previsão é de que a delegação da Frente Revolucionária do Timor-Leste
Independente (Fretilin) se encontre na quarta-feira com delegações dos dois
partidos convidados a formar uma "plataforma de governação",
nomeadamente o Partido Libertação Popular (PLP) e o Kmanek Haburas Unidade
Nacional Timor Oan (KHUNTO), explicou aos jornalistas Mari Alkatiri.
O
responsável falava no final de um encontro, de cerca de uma hora, com o
Presidente de Timor-Leste, Francisco Guterres Lu-Olo, a quem deu conta dos
avanços nas negociações para definir o executivo.
"Apresentei
ao senhor Presidente um relatório sobre as conversações preliminares com os
outros quatro partidos e a informação de que, numa primeira fase de discussões
de caráter mais substancial, a Fretilin decidiu convidar dois dos quatro
partidos, mantendo as portas abertas para o diálogo com os outros",
afirmou.
Alkatiri
confirmou que vai enviar agora cartas de convite para a liderança do PLP e do
KHUNTO, com quem se espera reunir na quarta-feira, sendo que só depois disso
deverá apresentar uma proposta concreta ao chefe de Estado.
"Proposta
concreta só quando houver acordo entre os três partidos e até se houver
possibilidade de ampliar a plataforma para incluir membros de outros
partidos", disse.
O
líder da Fretilin disse que o partido está aberto a negociar com outras forças
a presidência do parlamento nacional, onde tem a maior bancada, com 23 lugares,
e está a considerar a possibilidade de entrada de elementos não ligados a
partidos políticos no executivo.
A
única questão que está fora das negociações é o cargo de primeiro-ministro que
será ocupado por um elemento da Fretilin, com a decisão final a ser tomada
ainda esta semana, garantiu.
Se
as reuniões com os outros partidos correrem bem, a Fretilin vai convocar o
Comité Central do partido para sexta-feira, altura em que será decidido quem
vai ser o próximo primeiro-ministro, disse.
Alkatiri
confirmou ainda que continua sem falar com o líder do Congresso Nacional da
Reconstrução Timorense (CNRT), segundo partido mais votado nas legislativas de
julho, Xanana Gusmão.
"Eu
não sei onde é que está o meu compadre neste momento. Se politicamente está a
ser difícil encontrar-nos, como compadres vamo-nos encontrar. Não falamos desde
o dia 22 de julho, sim", afirmou.
No
sábado, Mari Alkatiri anunciou que a Fretilin tinha decidido convidar os dois
partidos que se estreiam no Parlamento Nacional, Partido Libertação Popular
(PLP, oito lugares) e Kmanek Haburas Unidade Nacional Timor Oan (KHUNTO, cinco
lugares) para conversações sobre a formação de uma plataforma "sólida e
segura" de governação.
Alkatiri,
que leu uma declaração da Frente Revolucionária do Timor-Leste Independente
(Fretilin) em conferência de imprensa, disse que o partido vai ainda
"manter o diálogo com todos os outros partidos".
O
objetivo é "garantir uma política mais inclusiva de modo a tornar o
Parlamento Nacional um fórum de concertação de posições e de busca permanente
de consensos nas decisões de caráter estruturante para a consolidação do
Estado", disse.
ASP
// EJ
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