Sydney,
Austrália, 14 ago (Lusa) -- A comissão australiana que investiga o abuso sexual
de menores em instituições religiosas e públicas do país recomendou hoje uma
reforma do sistema penal de modo a que se possam denunciar casos revelados em
confissão.
O
relatório "Justiça Criminal" recomenda que sejam impostas sanções
penais contra os que não denunciem um caso de abuso sexual, incluindo aqueles
que recebem essa informação através de uma confissão religiosa.
Também
não deve ser dada "nenhuma desculpa, proteção ou privilégio" aos
padres que não alertem a polícia por consideraram "que a informação sobre
os abusos sexuais foi obtida mediante a confissão", indica o relatório da
comissão.
"A
Comissão Real soube de casos em ambientes religiosos em que os agressores, que
fizeram uma confissão religiosa sobre o abuso sexual de crianças, continuaram
com os crimes e pediram perdão", acrescenta o documento.
A
Igreja Católica, com forte presença na Austrália, recebeu queixas de 4.500
pessoas por alegados abusos de menores cometidos por cerca de 1.880 religiosos,
entre 1980 e 2015, ainda que alguns casos tenham ocorrido na década de 1920.
No
início do ano, vários arcebispos australianos admitiram que a resposta da
Igreja Católica do país aos casos de pedofilia foi errada.
A
Comissão, criada em 2012, tenta melhorar os cuidados às vítimas e sancionar com
maior severidade os agressores, bem como aqueles que falharam na proteção dos
menores e na denúncia dos casos.
ISG
// EJ
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