Díli,
13 set (Lusa) - O VII Governo constitucional timorense, liderado por Mari
Alkatiri e que deverá tomar posse na sexta-feira, poderá ter cerca de 30
elementos e contará com membros da Fretilin e do PD e várias personalidades
independentes incluindo José Ramos-Horta.
Também
em declarações à agência Lusa, fontes da Fretilin disseram que o ex-Presidente
deverá retomar o cargo que ocupou no primeiro Governo, como ministro dos
Negócios Estrangeiros, num executivo cuja composição total poderá não ser
conhecida já na sexta-feira mas apenas nas semanas seguintes.
Mari
Alkatiri confirmou hoje que depois de ser indigitado pelo chefe de Estado,
Francisco Guterres Lu-Olo - algo que pode ocorrer nas próximas horas -, deverá
acelerar o processo de escolha do elenco governativo, a tempo da sua tomada de
posse na sexta-feira.
Depois
de receber hoje a liderança da Fretilin e do PD, o chefe de Estado tem
encontros agendados com as restantes três forças presentes no Parlamento, o
Congresso Nacional da Reconstrução Timorense (CNRT), o Partido Libertação
Popular (PLP) e o Kmanek Haburas Unidade Nacional Timor Oan (KHUNTO).
O
objetivo é fazer coincidir a tomada de posse do executivo com a abertura solene
da 1.ª sessão legislativa da 4.ª legislatura, prevista para a manhã de
sexta-feira e onde discursará o chefe de Estado.
A
confirmar-se isso permitira que Francisco Guterres Lu-Olo poderia ainda
deslocar-se a Nova Iorque para participar na reunião da Assembleia Geral da
ONU.
Mari
Alkatiri e outros líderes da Frente Revolucionária do Timor-Leste Independente
(Fretilin) reúnem-se hoje com a liderança do Partido Democrático (PD) - as duas
forças assinaram hoje um acordo de coligação de Governo para os próximos cinco
anos - para tentar fechar detalhes sobre a composição do executivo.
Mariano
Sabino, presidente do PD, e fontes da Fretilin garantiram à Lusa não ter feito
qualquer exigência sendo que, desde o arranque das negociações um dos critérios
tem sido o da proporcionalidade.
Recorde-se
que a Fretilin, que venceu as legislativas, tem 23 dos 65 lugares do Parlamento
Nacional e que o PD, quarta força mais votada, obteve sete cadeiras.
De
fora da coligação ficou o partido KHUNTO - cinco deputados - que segundo
explicou à Lusa fonte da Fretilin se afastou já na reta final das negociações.
Em
causa estiveram exigências quanto ao número de lugares no Governo reservados
para membros do KHUNTO. Com base no critério de proporcionalidade o PD teria
seis lugares e o KHUNTO quatro.
Na
reunião mantida na terça-feira, ainda com os 3 partidos, a Fretilin acabou,
depois de pressão do KHUNTO, por ceder e dar mais um lugar a esse partido (num
total de cinco). Horas depois o KHUNTO acabou por voltar atrás exigindo ainda
mais lugares, algo a que a Fretilin não acedeu.
Mari
Alkatiri confirmou à Lusa que o KHUNTO acabou por sair da coligação - apesar da
porta "continuar aberta" - explicando que houve divergências internas
no partido, sobre as quais se escusou a comentar.
ASP
// SB
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