quarta-feira, 13 de setembro de 2017

Timor-Leste deverá ter Governo com 30 membros e deve incluir José Ramos-Horta

Díli, 13 set (Lusa) - O VII Governo constitucional timorense, liderado por Mari Alkatiri e que deverá tomar posse na sexta-feira, poderá ter cerca de 30 elementos e contará com membros da Fretilin e do PD e várias personalidades independentes incluindo José Ramos-Horta.

Também em declarações à agência Lusa, fontes da Fretilin disseram que o ex-Presidente deverá retomar o cargo que ocupou no primeiro Governo, como ministro dos Negócios Estrangeiros, num executivo cuja composição total poderá não ser conhecida já na sexta-feira mas apenas nas semanas seguintes.

Mari Alkatiri confirmou hoje que depois de ser indigitado pelo chefe de Estado, Francisco Guterres Lu-Olo - algo que pode ocorrer nas próximas horas -, deverá acelerar o processo de escolha do elenco governativo, a tempo da sua tomada de posse na sexta-feira.

Depois de receber hoje a liderança da Fretilin e do PD, o chefe de Estado tem encontros agendados com as restantes três forças presentes no Parlamento, o Congresso Nacional da Reconstrução Timorense (CNRT), o Partido Libertação Popular (PLP) e o Kmanek Haburas Unidade Nacional Timor Oan (KHUNTO).


O objetivo é fazer coincidir a tomada de posse do executivo com a abertura solene da 1.ª sessão legislativa da 4.ª legislatura, prevista para a manhã de sexta-feira e onde discursará o chefe de Estado.

A confirmar-se isso permitira que Francisco Guterres Lu-Olo poderia ainda deslocar-se a Nova Iorque para participar na reunião da Assembleia Geral da ONU.

Mari Alkatiri e outros líderes da Frente Revolucionária do Timor-Leste Independente (Fretilin) reúnem-se hoje com a liderança do Partido Democrático (PD) - as duas forças assinaram hoje um acordo de coligação de Governo para os próximos cinco anos - para tentar fechar detalhes sobre a composição do executivo.

Mariano Sabino, presidente do PD, e fontes da Fretilin garantiram à Lusa não ter feito qualquer exigência sendo que, desde o arranque das negociações um dos critérios tem sido o da proporcionalidade.

Recorde-se que a Fretilin, que venceu as legislativas, tem 23 dos 65 lugares do Parlamento Nacional e que o PD, quarta força mais votada, obteve sete cadeiras.

De fora da coligação ficou o partido KHUNTO - cinco deputados - que segundo explicou à Lusa fonte da Fretilin se afastou já na reta final das negociações.

Em causa estiveram exigências quanto ao número de lugares no Governo reservados para membros do KHUNTO. Com base no critério de proporcionalidade o PD teria seis lugares e o KHUNTO quatro.

Na reunião mantida na terça-feira, ainda com os 3 partidos, a Fretilin acabou, depois de pressão do KHUNTO, por ceder e dar mais um lugar a esse partido (num total de cinco). Horas depois o KHUNTO acabou por voltar atrás exigindo ainda mais lugares, algo a que a Fretilin não acedeu.

Mari Alkatiri confirmou à Lusa que o KHUNTO acabou por sair da coligação - apesar da porta "continuar aberta" - explicando que houve divergências internas no partido, sobre as quais se escusou a comentar.

ASP // SB

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